Por Patrícia Gomes, diretora de marketing e growth da Edenred Mobilidade
O Brasil se prepara para implementar uma série de estratégias sustentáveis e inovadoras que prometem transformar o cenário da mobilidade no País e revolucionar o transporte brasileiro até 2030. Esse é o prazo dado pela ONU, na Agenda 2030, para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que visam erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir prosperidade para todas as pessoas.
No Brasil, o Mover 2030 (Mobilidade Verde e Inovação) é um programa do Governo Federal, desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que estabelece diretrizes para a indústria automotiva que incentivam o desenvolvimento tecnológico, a competitividade e a sustentabilidade ambiental. Entre as iniciativas, o programa promove o aumento de investimentos em eficiência energética, com limites mínimos de reciclagem na fabricação de automóveis e diminuição de impostos para empresas menos poluentes.
Uma das principais metas do programa é a incorporação de tecnologias avançadas, que incentivem uma mobilidade mais limpa e eficiente, nos automóveis brasileiros. Entre as inovações esperadas, destacam-se os veículos autônomos, que utilizam sistemas de inteligência artificial e sensores avançados para navegar e operar sem intervenção humana, e a eletromobilidade, que prevê que até 2030 entre 10% e 30% dos novos veículos vendidos sejam elétricos ou híbridos. Para isso, são esperados a expansão da infraestrutura de recarga e incentivos governamentais para fomentar a adoção desses veículos. Além disso, a integração de tecnologias de Internet das Coisas (IoT) permitirá uma gestão mais eficiente das frotas, otimizando rotas e reduzindo o consumo de combustível.
Para pensar o futuro da mobilidade, no entanto, é essencial entender a diferença entre tendências e ondas, pois cada uma dessas categorias representa diferentes níveis de impacto e longevidade no cenário da mobilidade.
As tendências são mudanças de longo prazo que apontam para uma direção clara e contínua, como a crescente adoção de veículos elétricos e híbridos que acontece no Brasil, sustentada pela conscientização ambiental crescente, por avanços tecnológicos e por políticas governamentais de incentivo à redução das emissões de carbono. Já as ondas são mudanças que ganham força rapidamente e nos mostram oportunidades emergentes com potencial de transformar o mercado, sem apresentar grande durabilidade. Um exemplo é o aumento do uso de aplicativos de transporte compartilhado, que alteraram radicalmente a maneira como pensamos a mobilidade urbana e a forma como nos deslocamos na cidade.
É importante pensarmos que o futuro da mobilidade vai além dos veículos elétricos e modais menos poluentes. Ele passa por uma visão estratégica que abrange escolhas conscientes visando um progresso sustentável e perene dos negócios. Por isso, a transformação digital não é só uma tendência, mas uma necessidade para enfrentar os desafios da mobilidade moderna. Na visão de longo prazo, também contamos com o uso de tecnologias avançadas, junto à inteligência de dados, para reduzir as emissões globais de carbono, uma vez que sabemos que 20% do CO2eq (dióxido de carbono equivalente) emitido na atmosfera é proveniente do transporte.
O futuro da mobilidade não é uma especulação distante, mas sim uma jornada que já começou. E a transição para veículos elétricos e híbridos, a digitalização e automação dos processos de gestão de frotas, além da adoção de tecnologias sustentáveis, são apenas algumas das mudanças que estão redefinindo a forma como nos movemos. O futuro da mobilidade passa também por mudanças de mentalidade. Esse é o caso do Move for Good, programa de sustentabilidade da Edenred, que completou dois anos e está em linha com o compromisso do Grupo de reduzir suas emissões e alcançar o carbono net zero (equilíbrio entre a quantidade de gases de efeito estufa emitida e a quantidade removida da atmosfera, chegando o mais próximo possível ao zero) até 2050. O programa consiste em três pilares: Mensurar & Reduzir, que visa impulsionar a gestão das emissões e a adoção de melhores práticas para descarbonização de frotas; Compensar & Preservar, que tem como objetivo compensar as emissões de gases de efeito estufa que não puderam ser reduzidas ou evitadas por meio de projetos certificados e apoiar a preservação da biodiversidade; e Conscientizar, que incentiva uma cultura que promova a mobilidade sustentável impulsionando a transformação do comportamento.
Com a Agenda 2030 da ONU e o programa Mover 2030 no Brasil estabelecendo diretrizes e incentivos para um futuro mais verde, as empresas têm expectativas claras sobre os próximos anos da mobilidade, promovendo a redução de custos e emissões de CO2e (dióxido de carbono equivalente), além de facilitar a gestão de frotas, para transformar o futuro da mobilidade no Brasil em uma realidade concreta, que incentiva práticas sustentáveis benéficas tanto às empresas, às pessoas, e ao meio ambiente.
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Por Ademir Odoricio, diretor da área de Veículos Comerciais da Rodobens
No setor de transporte rodoviário, os motoristas de caminhões desempenham um papel essencial, como um dos principais pilares também da economia. Com o cenário atual, a rotina desses profissionais também tem passado por mudanças com os desafios de novas tecnologias e gestão do tempo, além de gargalos ainda antigos, como a necessidade de melhorias em toda a infraestrutura. Esses fatores combinados acarretam impactos não só no cotidiano dos caminhoneiros, como em sua qualidade de vida.
As longas jornadas e o cuidado com a saúde podem ter efeitos significativos para o bem-estar dos motoristas. Um exemplo disso é o estudo da Associação Brasileira da Medicina de Tráfego (Abramet), que mostrou que cerca de 170 mil sinistros de trânsito registrados em rodovias brasileiras no ano de 2022 tiveram como causa principal ou secundária questões relacionadas à condição de saúde dos motoristas, no momento da ocorrência. Um dado alarmante e que nos volta como um ponto de atenção na redução desses números.
Para diminuir esses riscos e evitar o desgaste dos condutores, as empresas do setor e concessionárias de rodovias podem, e devem, exercer um papel de satisfação dos motoristas também em relação a esse cuidado físico e mental. Isso reflete no oferecimento de serviços de apoio que os acompanhe desde o suporte de equipamentos adequados, com soluções modernas também nos veículos, até mesmo a disponibilização de espaços de convivência, descanso, cuidados com a saúde e higiene.
As companhias também podem contribuir com a valorização do profissional no cuidado com treinamentos especializados, tanto para casos de emergência, quanto para a manutenção de viagens mais seguras e agradáveis, evitando situações que possam colocar o bem-estar, e até mesmo a vida, dos profissionais em risco.
Toda essa cautela e preocupação com os motoristas se traduzem em um serviço de atenção ao cliente mais eficiente, seguro e confiável, no qual cada uma das empresas que atuam em diferentes instâncias do transporte podem proporcionar uma satisfação ainda maior aos seus clientes, tendo um olhar atento às suas necessidades.
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Por Thiago Cardoso, Diretor de Agronegócio da nstech
O Brasil se configura como um dos principais players do mercado quando se fala de produção e exportação de carne. No que diz respeito à produção de carne bovina, o país é o segundo maior produtor mundial, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Já em relação às exportações, o Brasil é líder em exportação de carne bovina e de carne de frango. Além disso, a tendência é de crescimento na produção, comercialização interna e, principalmente, exportação.
No mês de maio de 2024, segundo a Forbes Agro, o país registrou crescimento de 25,85% em comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), esse foi o segundo mês consecutivo de recorde no volume exportado.
Com indicativos de crescimento desse mercado no comércio interno e externo, o transporte de frigorificados precisa ser eficiente e ágil. Além do grande volume de cargas movimentadas, as transportadoras devem oferecer um alto nível de serviço para garantir a qualidade dos produtos.
A frota de veículos frigorificados no Brasil representa apenas 3,2% do total de caminhões em circulação. Então, como atender as exigências no transporte de refrigerados e agregar valor ao serviço e produto?
Importância do transporte frigorificado - O transporte é um dos grandes responsáveis pela manutenção da qualidade da mercadoria, segurança alimentar, disponibilidade de produtos e redução de perdas.
Em um país continental como o Brasil são os caminhões que conectam produtores às operações de abate e desossa, aos centros de distribuição, supermercados, feiras e consumidores finais.
Também é o modal rodoviário que garante o escoamento da produção nacional para o mercado externo, fazendo com que as cargas conteinerizadas cheguem até os portos.
Desafios e principais riscos no transporte de frigorificados - O transporte de carnes, laticínios, frutas, verduras e tantos outros itens perecíveis enfrenta desafios em um país do tamanho do Brasil e com temperaturas tão variáveis.
As transportadoras atuantes nesse transporte precisam ficar atentas aos principais riscos das operações frigorificadas.
- Problemas na refrigeração - Interrupções na refrigeração durante o transporte, seja por falhas no equipamento, portas abertas ou outros fatores, deixam a carga sujeita à deterioração e à proliferação de microrganismos.
Além dos riscos de transmissão de doenças no caso de ingestão de alimentos perecíveis mal transportados e mal conservados, fazer entregas de produtos avariados aumenta o número de devoluções e compromete a imagem das marcas. - Acidentes e danos - Colisões e tombamentos não danificam apenas os veículos, mas provocam avarias à carga e perda de produtos, causando prejuízos às empresas. Além disso, cargas sinistradas podem tornar os produtos impróprios para o consumo.
Assim como os investimentos na prevenção de acidentes em operações com frigorificados, a movimentação dos produtos, o carregamento e o descarregamento também exigem atenção. - Atrasos e falhas na entrega - Congestionamentos, obras nas estradas, condições climáticas e restrições ao tráfego comprometem os prazos de entrega. No caso da cadeia fria, esse é um problema ainda mais grave, já que as cargas não podem ficar muito tempo paradas.
Entregas erradas ou com atraso são outro risco à qualidade dos produtos perecíveis e geram custos adicionais às empresas. - Roubo e furto de cargas - Roubos e furtos preocupam o setor logístico no Brasil, principalmente no Sudeste. As cargas alimentícias destacam-se entre as cargas mais visadas para roubo, sendo assim, viagens sem monitoramento, por rotas perigosas e sem rigor no rastreamento das cargas deixam o serviço de transporte vulnerável.
Os roubos não causam apenas perdas financeiras, mas abalam a confiança dos clientes e colocam em risco a saúde e a segurança alimentar dos consumidores. - Condições climáticas - Temperaturas muito baixas ou muito altas podem interferir na qualidade dos produtos refrigerados. E o Brasil, por sua dimensão continental, tem todas as variáveis possíveis no clima em um só dia, dependendo da região de onde a carga saiu e para onde é destinada.
Mais do que nunca, as transportadoras brasileiras precisam contar com dispositivos de monitoramento de temperatura, com alertas em caso de desvios e anomalias.
As condições climáticas – como chuvas e inundações, por exemplo – também aumentam o risco de acidentes e, como sabemos, acidentes danificam a carga, atrasam as entregas e impactam na qualidade dos produtos.
5 dicas para otimizar o transporte de frigorificados e reduzir prejuízos - Otimizar o transporte de produtos frigorificados e reduzir prejuízos é essencial para a logística de frigorificados, mas para ter operações bem-sucedidas são necessárias algumas estratégias:
- Planeje e organize todas as etapas da operação de transporte - O sucesso do transporte de frigorificados requer a análise das demandas, o cumprimento da legislação específica para esse tipo de carga, a identificação das melhores rotas e a automatização dos processos para agilizar o carregamento e a entrega.
Equipes treinadas e investimentos em sistemas de roteirização, consolidação inteligente das cargas, rastreamento e monitoramento em tempo real são fatores cruciais. - Mantenha frotas bem equipadas e com manutenção preventiva - Fazer o transporte de frigorificados exige veículos em excelente estado de conservação e bons planos de manutenção preventiva, com tecnologia de refrigeração de última geração e sensores de temperatura, umidade e ventilação.
O controle de temperatura das cargas é essencial e precisa ser feito durante toda a viagem para facilitar a identificação de problemas e evitar a perda da carga.
Junto com os sistemas de rastreamento dos produtos, investir no monitoramento com visibilidade end do end é a saída. A tecnologia ajuda a localizar os veículos, acompanhar as viagens e evitar atrasos. - Aprimore a gestão de processos - Não há dúvidas de que a automação e a integração dos processos logísticos facilitam o transporte de cargas. No caso da cadeia fria, essas medidas são ainda mais importantes.
Para fazer o transporte eficiente de produtos frigorificados, capacite os profissionais envolvidos, padronize os procedimentos de carregamento, descarga e entrega, faça a gestão dos pátios e das frotas, implemente sistemas de controle de temperatura e mantenha canais eficientes de comunicação com todos os envolvidos. - Faça o gerenciamento dos riscos e evite perdas - Acidentes, roubos, avarias à carga e perda da qualidade das mercadorias são grandes desafios para o transporte de frigorificados. Por isso, o gerenciamento dos riscos não pode ser subestimado.
Além de identificar os gargalos envolvidos neste tipo de transporte e traçar um plano eficiente para o gerenciamento dos riscos, a segurança da operação envolve outras medidas como contratação de profissionais por meio de serviços de cadastro e consulta de motoristas e veículos; planos de manutenção preventiva da frota; treinamento dos profissionais e monitoramento das viagens em tempo real. - Integre os sistemas e mantenha planos de contingência atualizados - No transporte de frigorificados é necessário estabelecer procedimentos claros e detalhados para lidar com uma emergência. Por mais eficiente que seja a operação, as cargas da cadeia fria são vulneráveis e as viagens, sujeitas a imprevistos.
Integrar todos os sistemas para ter 100% de visibilidade operacional e manter comunicação eficaz é o primeiro passo, mas não se esqueça de atualizar os planos de contingência e, mais do que isso, treinar os envolvidos.
Como a tecnologia melhora o transporte de frigorificados - A tecnologia faz toda a diferença na redução de prejuízos no transporte de frigorificados.
- Sensores IoT: monitoram continuamente a temperatura, umidade, ventilação e outros parâmetros críticos para a conservação dos produtos. Os dados são enviados à central em tempo real.
- Inteligência artificial: analisa os dados e gera alertas em caso de anomalias (variações de temperatura ou falhas nos equipamentos). Assim, garante que medidas corretivas sejam tomadas a tempo para evitar perdas.
- Algoritmos inteligentes: ajudam na escolha de rotas adequadas, considerando fatores como tempo de viagem, distâncias, condições climáticas, estado das vias e tráfego.
- Torre de Controle: garante a rastreabilidade completa da carga com inteligência para o monitoramento em tempo real nas variações de temperatura, observando assim os desvios dos parâmetros aceitáveis de temperatura por tipo de produto, aumentando a transparência na cadeia de frio e reduzindo o risco de fraudes
- Softwares de gestão: melhoram a gestão de transporte, das frotas e dos pátios, integram e automatizam processos, ajudam no controle de custos e de gastos com combustíveis etc.
Melhorar a produtividade, a segurança e a eficiência, reduzir custos e evitar prejuízos no transporte de frigorificados é possível para quem aposta em planejamento, investe em treinamento e utiliza toda a tecnologia disponível a favor de entregas perfeitas.
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Por Tim Robertson, Chief Executive Officer da DHL Global Forwarding das Américas.
Recentemente, o CEO da OpenAI, Sam Altman, fez um apelo no X (antigo Twitter) por mais infraestrutura de inteligência artificial. Um dia depois, o Wall Street Journal informou que Altman buscava levantar até 7 trilhões de dólares com potenciais investidores para impulsionar a produção de semicondutores a um nível que aceleraria ainda mais essa tecnologia.
Desde então, o que não é de se surpreender, chama a atenção a enormidade da cifra que, para se ter uma ideia, equivale a cinco vezes o valor da frota atual de navios mercantes.
Esta notícia joga luz sobre três principais tendências e desafios que estão remodelando fundamentalmente a indústria logística.
1. Os "grandes jogos" do século XXI
Estamos vivendo em uma era de intensa competição geopolítica, com Estados Unidos, China e União Europeia disputando posição e vantagem como os três "centros de gravidade" do comércio global.
Tudo gira em torno de veículos elétricos e baterias; semicondutores, energia solar e energia verde. Nestes e em outros setores estratégicos, estamos assistindo governos regulamentarem e alocarem investimentos para proteger seus trabalhadores e indústrias domésticas, enquanto fazem a transição para as áreas que garantirão seu crescimento econômico no futuro.
O apelo de Altman para mais investimentos na produção de chips com certeza vai impactar o governo dos EUA, que está bastante consciente dos avanços de seus rivais. A preocupação será não somente não ficar para trás, mas também os riscos dessa empreitada para a segurança nacional. Porém, as leis fundamentais da economia e da vantagem competitiva indicam que o comércio continuará fluindo de mercados com custos de trabalho e produção mais baixos.
À medida que o mundo oscila entre a interdependência das cadeias de suprimentos globais e picos na produção doméstica, as empresas de logística precisarão, em tempo real, fornecer a flexibilidade, visibilidade sobre os fluxos de material e expertise em gerenciamento e design de rede de suprimentos que seus clientes precisam..
2. Resiliência
Altman argumentou em seu post no X que a infraestrutura de IAs em larga escala e uma cadeia de suprimentos resiliente são cruciais para a competitividade econômica. Desde a interrupção causada pela pandemia nas cadeias de suprimentos globais, a logística tornou-se um tema frequente nas reuniões corporativas, e a resiliência é a principal prioridade nessas discussões.
Adicionar redundância, planejar rotas e capacidades de contingência, redesenhar redes de suprimentos para estar mais próximo dos clientes ou dos locais de produção, alternar entre modos de transporte, manter níveis de estoque mais altos, diversificar fontes de fornecimento ou simplesmente aumentar a visibilidade do transporte em tempo real são diferentes formas de injetar resiliência na logística. A boa notícia é que os provedores desses serviços estão mais bem posicionados para identificar as abordagens que levem a um equilíbrio ótimo de custo, confiabilidade de serviço e qualidade.
Como em qualquer jornada em águas desconhecidas, a tentativa de aumentar exponencialmente a produção de chips, sem dúvida, encontrará obstáculos e desafios. A resiliência na cadeia de suprimentos para um projeto dessa escala exigirá a abordagem adaptável e flexível que nossa indústria aperfeiçoou nos últimos cinco anos, suportada pela evolução da tecnologia.
3. O paradoxo da sustentabilidade
Para alcançar as metas climáticas de Paris e as próprias ambições da indústria de zero emissões líquidas, é necessário ter mudanças significativas na tecnologia. A IA desempenhará um papel decisivo nisso, nos ajudando a descobrir novas soluções e materiais verdes que reduzem ou eliminam emissões, além de colaborar para a geração de insights que aceleram o desenvolvimento de veículos elétricos, combustíveis sustentáveis e outras alternativas limpas emergentes.
Uma das principais críticas feitas ao plano de aumentar a produção de semicondutores para acelerar a capacidade de processamento da IA é que seria prejudicial ao meio ambiente, por necessitar de uma quantidade imensa de energia e de outros recursos. No curto prazo, a cadeia de suprimentos - por meio de suas medidas de eficiência e otimização - oferece uma das ferramentas mais eficazes para mitigar a pegada ambiental desse tipo de expansão de infraestrutura de IA. No longo prazo, paradoxalmente, uma cadeia de suprimentos verdadeiramente sem emissões dependerá do tipo de avanço que apenas uma ampliação como esta pode proporcionar.
Independentemente do valor final de investimento necessário para realizar a visão ambiciosa de Altman (ele até cogitou corrigir a quantia para 8 trilhões de dólares em um post brincalhão posteriormente), está claro que o setor de logística e cadeia de suprimentos desempenharia um papel crítico para torná-lo um sucesso. Já estamos vendo o potencial da IA para transformar nossa indústria. Da mesma forma, a logística pode desempenhar um papel essencial em qualquer esforço transformacional em larga escala para expandir a IA.
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Por Manuel Bernardo, gerente comercial do Consórcio Librelato
O desempenho da economia brasileira está atrelado a uma série de variáveis. Uma delas é o transporte, principalmente o de carga, que movimenta a comercialização de produtos e matéria-prima. Neste cenário, o uso de veículos pesados e implementos rodoviários, são peças fundamentais para que o crescimento econômico seja uma realidade.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a expectativa é que a economia brasileira cresça 1,9% neste ano, número acima da estimativa oficial que foi de 1,8%, e o setor de transporte terá forte influência neste cenário. Já o Produto Interno Bruto (PIB) do transporte cresceu 2,6% em 2023, no comparativo a 2022. A elevação demonstra como o segmento tem apresentado bons resultados e interferido positivamente na conjuntura macroeconômica.
Seguindo a mesma linha de desempenho e reforçando o aquecimento do setor, o emplacamento de implementos rodoviários registrou elevação de 2,63% em 2024, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (ANFIR). Entre janeiro e abril deste ano foram emplacados mais de 30 mil produtos.
Para que o ramo de veículos pesados continue em ascensão é necessário que o acesso aos implementos pelas empresas e empreendedores seja facilitado, de forma que a demanda de mercado seja suprida. Atualmente, com a taxa Selic ainda elevada, alternativas como o consórcio, por exemplo, se tornam uma ferramenta vantajosa para a aquisição e renovação de frotas. Isso porque, a modalidade financeira é isenta de juros e oferece crédito a preços mais baixos, além de proporcionar a opção de pagamento de parcelas reduzidas. Com isso, o consorciado consegue adquirir o bem sem precisar recorrer ao financiamento ou a empréstimos, que encareceriam o produto.
Os dados da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (ABAC) apontam para um crescimento de 7,7% nas cotas comercializadas no segmento de veículos pesados, em abril deste ano, se comparado com o mês anterior. No período, foram vendidas mais de 19 mil cotas e comercializados mais de R$ 3 bilhões em créditos. As informações da ABAC reforçam como o segmento acompanha o crescimento econômico e como a modalidade tem sido uma ferramenta capaz de alavancar o mercado de transporte, principalmente.
As expectativas são de que 2024 seja um ano positivo economicamente, entretanto, alguns fatores podem interferir no processo, como por exemplo, os juros altos. Assim, o consórcio, por não cobrar juros, é capaz de manter o poder de compra sem onerar o consumidor com taxas abusivas e conferir estabilidade ao setor. O aumento da procura pela modalidade, conforme apontado, é um indicativo de que ela continuará sendo vista como um meio de compra viável pelos brasileiros e, assim, irá fomentar cada vez mais as engrenagens da economia.
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