Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2024

59 transportador brasileiro. “A opção por uma ou outra vai depender do que o cliente necessita”, diz. Além dessas, o consórcio também faz sucesso no setor. Porém, esse produto é mais adequado aos que podem programar bem a compra do caminhão novo. Os tempos áureos do Finame O Finame já teve seus tempos áureos no Brasil. Suas taxas de juros muito baixas e prazos de pagamento a perder de vista fizeram dessa linha de crédito do BNDES a opção de crédito mais utilizada. O recorde de procura ocorreu em 2013. Naquele ano, 77% dos veículos pesados vendidos no País foram adquiridos por meio desse tipo de financiamento. A procura pelo Finame começou a cair em 2015. Naquele ano, o BNDES aumentou a taxa de juros anual de 6% para 9,5% para operações feitas por grandes empresas. Para pequenas e médias, o salto foi de 2,5 pontos porcentuais, de 4,5% para 7%. Além disso, o valor liberado, que era de até 100% do valor do bem, foi reduzido pela metade. Um ano depois, os recursos do PSI, Programa de Sustentação do Investimento, incorporados ao Finame foram extintos. O PSI havia sido criado em 2009 para ajudar a movimentar a economia. O programa chegou a oferecer 100% de subsídio em 2014, período no qual o Brasil enfrentou forte recessão econômica. Consórcio é para quem planeja Mesmo com a tendência de queda da taxa Selic, o nível ainda é alto. Esse cenário somado à restrição de crédito favorece o consórcio que é uma boa opção para quem quer planejar a compra. Outra característica é que atrai tanto transportadoras, que precisam ampliar ou renovar a frota, quanto caminhoneiros autônomos. Neste caso, a vantagem é o pagamento do bem em número de parcelas maior que no CDC, Crédito Direto ao Consumidor, por exemplo. As grandes transportadoras já têm a prática de adquirir cotas de consórcio como parte de seu planejamento financeiro de médio e longo prazos. Presidente da Abac, Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio, Paulo Rossi diz que percebe a adesão de empresas e autônomos que entenderam a importância de se planejar. Conforme a Abac, em números, a venda para pessoas jurídicas representa de 52,8% do total, enquanto profissionais autônomos já são 47,2% dos compradores. Dados da entidade indicam que em janeiro de 2024 a contratação de novas cotas de veículos pesados cresceu 50% frente ao mesmo mês do ano passado. Segundo o presidente da associação, foi um desempenho surpreendente e bastante animador. O executivo revelou que a perspectiva é que o consórcio para caminhões tenha crescimento de até 15% neste ano. O porcentual ficará bem acima, portanto, dos 2,5% de aumento obtido em 2023. “O momento econômico é favorável para aquisição de cotas porque a principal característica do transporte é o planejamento financeiro. Assim, os compradores apostam, agora, em um cenário mais aquecido nos próximos meses”, pontua. Rossi entende que enquanto a venda de caminhões via financiamento afastou os compradores por causa das altas taxas de juros, o consórcio ganhou destaque com a expectativa da retomada da economia. E por suas características próprias de aquisição. Ele se refere aos prazos longos, custo final mais baixo e a flexibilidade para a aquisição do bem. Seja como for, o Brasil tem 514 mil consorciados ativos em grupos de consórcio para caminhões e implementos rodoviários. Ainda segundo o executivo, cada vez mais os consorciados compram diversas cotas ao mesmo tempo com objetivo de ampliar ou renovar a frota. Em contraste com os financiamentos, não há juros nesta modalidade. Porém, são pagas as taxas administrativas. Além disso, o consórcio oferece acesso ao crédito integral desde o início do processo. Adicionalmente, os participantes têm a oportunidade de concorrer em sorteios mensais e podem também oferecer lances para aumentar suas chances de serem contemplados com o bem antes do término do plano.

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