ANFIR | 35anos
ANFIR | 35 anos 75 aria, a empresa mudou de endereço, para muito longe. Numa época em que o transporte público era muito deficiente, ficou impossível para o jovem Vasco prosseguir. Na Randon, salário menor. Ao procurar outro emprego encontrou-se com um amigo que lhe disse que ha- via uma vaga de torneiro na Randon. “Era 1955, falei com o Raul (Raul Anselmo Randon, atual presidente do Conselho de Administração da Randon S.A.), que queria me pagar um salário menor do que recebia na oficina. Ele foi inflexível. Aí pensei: ‘Vou assim mesmo, preciso agarrar o que tiver!’. Mas no fim do mês, uma bela surpresa: o salário era quase o dobro do que havia pedido!”. Rossetti recorda que a Randon era então uma pequena empresa. Embora come- çasse a deslanchar, tinha somente três tornos e duas furadeiras. “Além do Raul, tinha tam- bém o Nino, irmão dele. Chamava-se, na verdade, Hercílio e era uma grande cabeça. Em mecânica fazia tudo o que se podia imaginar. A empresa cresceu e disse que necessitava de mais máquinas, pelo menos mais um torno. Aí eles compraram três! Comecei a administrar aquele setor, gostava do que fazia e dos Randon, onde trabalhei perto de oito anos.” Naquela época, com o irmão Olivo Rossetti e outro amigo, o Ademir Sebastiani, decidiram montar sua própria oficina. Na verdade, Rossetti não queria sair da Randon. Em um tempo em que ninguém tinha automóvel, os patrões lhe deram uma bicicleta – um luxo e tanto – para que ele ficasse na empresa. “Mas já tinha dado a palavra ao meu primo e ao outro sócio, que era também meu melhor amigo. Fiquei na dúvida, meio triste, mas acabei saindo.” Foi assim que nasceu a Rossetti, a primeira Rossetti, da qual Vasco também era proprietário, junto com os dois outros sócios. Faziam de tudo: de carrocerias e até semirreboques. “A gente usinava, trabalhava a noite toda e como não havia material em Caxias do Sul, comprava a matéria-prima em São Paulo”, disse Rossetti, segundo quem a quinta roda era feita na Capital Paulista pela Vidigal. Os caminhões já saíam de fábrica com os chassis especialmente mais curtos e, colocada a quinta roda, transformavam-se em ca- valos-mecânicos. “Havia também caminhões importados: GMC Marítimo, Mac, Buzing e fazíamos os semirreboques para eles.” As carretas eram Trivellato, Massari e Biselli. “Os italianos trouxeram a experiência da Europa”, lembra Rossetti, que vislumbrava muitas oportunidades em um Brasil que se desenvolvia e que, portanto, favorecia as atividades do setor em Caxias do Sul e, em particular, de sua empresa. Material e clientes paulistas Como a matéria-prima vinha de lá e a maioria dos clientes tinham sede em São Paulo, Vasco decidiu se mudar para a Capital Paulista em 1966, apenas sete meses de- pois de seu casamento. O grande mercado local garantia bom desempenho da empresa e Rossetti se dedicava 24 horas por dia à oficina. Olivo e Sebastiani, os dois sócios, per- maneceram em Caxias, onde o resultado financeiro não era tão bom. Ainda assim Vasco estava decidido a honrar a sociedade.
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