Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2025

82 INFRAESTRUTURA | INFRASTRUCTURE | INFRAESTRICTURA Dentre várias medidas previstas no programa, o governo encaminha série de concessões rodoviárias, anunciada em janeiro, e que pode injetar R$ 161 bilhões nas rodovias no curto prazo. Serão 15 leilões realizados até o fim deste ano e que terão como alvo cerca de 8,5 mil quilômetros de rodovias. Segundo o estabelecido pelo Ministério dos Transportes, os contratos de concessão terão prazos que variarão de 25 e 30 anos, período em que as concessionárias vencedoras responderão pela gestão, manutenção e investimentos dos trechos e rodovias concedidas. O programa contempla 12 novos projetos de concessão e três otimizações de contratos existentes. Dois de destaques são a BR-116 entre Bahia e Pernambuco, essencial para a movimentação de carga e passageiros no Nordeste, e trechos das Rodovias Integradas do Paraná, estado com forte vocação agrícola. De volta aos trilhos O PAC também prevê amplo conjunto de medidas para melhoria e ampliação do sistema ferroviário. Com o Plano Nacional de Ferrovias, anunciado em janeiro, devem ser investidos cerca de R$ 100 bilhões nos próximos anos em quase 5 mil quilômetros de ferrovias. São algumas dezenas de projetos, alguns menos complexos com conclusão já em 2025. Da lista consta, por exemplo, a Ferrogrão, planejada para ligar zonas produtoras de grãos do Centro-Oeste ao Porto de Miritituba, no Pará. Listada entre os prioritários, a Ferrogrão ainda se encontra em estruturação, com a busca inclusive de parcerias público-privadas para a execução das obras, que devem representar investimento da ordem de R$ 8,4 bilhões. No mesmo contexto, o governo também está dando continuidade às obras da Transnordestina, retomadas em 2023, após seguidos atrasos no cronograma que previa a inauguração em 2010. A ferrovia deve estar concluída em 2029 - uma primeira fase já dois anos antes - e ligará municípios do Piauí aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE), com a missão de fazer do Nordeste um grande polo exportador da produção agrícola e mineral. Há ainda outras intervenções importantes como o prolongamento em mais 477 km da Ferrovia Norte-Sul até o porto de Vila do Conde (PA), ou a construção de 300 km do Anel Ferroviário do Sudeste, ligando Vitória (ES) a Itaboraí (RJ), conexão que integrará a Estrada de Ferro Vitória-Minas à rede da MRS Logística O transporte de carga geral por trilhos, de qualquer maneira, já tem colhido resultados ascendentes a ponto de atingir novo marco em 2024, com 150 milhões de toneladas úteis (TU) transportadas, superando o recorde anterior registrado em 2023, o maior dos últimos dezenove anos. Considerando carga geral e minério de ferro, as ferrovias transportaram mais de 540 milhões de TU, crescimento de 1,83%, a maior dos últimos seis anos, segundo a ANTF, Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários. Portos na mira também Ter produtos mais competitivos no mercado internacional implica não só maior produtividade no campo, melhores processos nas indústrias e eficiência na logística e transporte interno por estradas e trilhos, mas também, e em particular, sistema portuário sem gargalos, com menores custos e maior agilidade. A modernização e ampliação dos portos brasileiros são, portanto, essenciais para a competitividade das exportações e estão contempladas no PAC e também no Plano Nacional de Logística. Para este ano, o Ministério de Portos e Aeroportos anunciou polpudos investimentos no setor portuário de R$ 19,7 bilhões, mais de 90% oriundos do setor privado. Estão sendo elaboradas ainda as concessões de 21 empreendimentos portuários em quatro regiões do país em 2025 e no mínimo o mesmo número para 2026, a maior carteira de leilões da história do setor portuário.

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