Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2025

74 AGRONEGÓCIO | AGRIBUSINESS | AGRONEGOCIO O cálculo é do IBGE, que destaca a soja como a principal cultura, e que deve responder por praticamente a metade da produção, 166,5 milhões de toneladas, crescimento de 14,9% na comparação interanual. Os analistas também estão convencidos de que exportações ajudarão a empurrar o acelerador do setor, sustentar um ano de negócios positivos em 2025 e, claro, movimentar o transporte de carga rumo aos portos. Embora tenha ocorrido uma redução nas exportações de soja, milho e produtos sucroalcooleiro no ano passado, o agronegócio brasileiro vê sinalização de alta também devido à ampliação do número de mercados internacionais e aumento dos preços de commodities como carnes, cacau, suco de laranja e café. Resultados recordes De outra parte, o setor já tem comemorado resultados recordes nos embarques do segmento de proteína animal até mesmo em 2024. As exportações de carne bovina e de frango somaram, respectivamente, 2,89 milhões de toneladas, aumento de 22% frente a 2023, e as de frango cresceram 3%, para 5,29 milhões de toneladas. Com demanda contínua e alguma elevação nos grandes países consumidores – China é um deles -, a expectativa dos empresários e analistas é que esses resultados possam ser repetidos em 2025 e até mesmo superados. Mesmo com as condições climáticas que afetaram a colheita 2024/2025, os embarques de café, cujo preço segue valorizado, devem se manter em patamar elevado neste ano, algo entre 45 e 47 milhões de sacas. Há, sabidamente, outros bons argumentos para se apostar na ascensão dos embarques, mas especialmente o novo patamar mais favorável do dólar. O Relatório Focus do Banco Central projeta a cotação da moeda estadunidense em R$ 5,90 no fim deste ano, ainda que grandes bancos de investimentos estimem valores de R$ 5,70 até R$ 6,20. De qualquer forma, a receita da exportação deve crescer, com os produtos agrícolas brasileiros mais competitivos no mercado internacional. O outro lado Mas também deve-se ponderar que o dólar valorizado traz preocupação aos empresários por encarecer insumos importados, em particular maquinário, fertilizantes e defensivos, trio primordial da atividade agrícola. Outro aspecto que segue na pauta de fatores negativos como empecilho para um andamento ainda mais saudável do agronegócio brasileiro é a deficiência de infraestrutura. A Abimaq, Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, aponta que o déficit de armazenagem está ao redor 100 milhões de toneladas, o que obriga produtores a escoarem a produção mais rapidamente e nem sempre no momento mais adequado do mercado. Não bastasse isso, para chegar aos consumidores, a produção depende sobretudo do transporte rodoviário de cargas, historicamente às voltas com estradas, estruturas e logística pouco eficientes e que, por conta disso, pressionam os custos do transportador. Segundo a CNT, Confederação Nacional do Transporte, cerca de 57% das rodovias federais possuem algum tipo de deficiência, malha que, portanto, força os custos e o frete para cima, já bastante pressionado pelos aumentos do combustível nos últimos meses.

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