60 “Em dezembro de 2024 havia mais de 566 mil consorciados de veículos pesados, entre caminhões e implementos, 9,6% acima em relação a 2023. Notamos também uma procura por tíquetes médios maiores. No fim do ano passado, o valor era por volta de R$ 248 mil, contra R$ 189 mil em 2023”, observa Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac. “Cabe considerar que dos participantes ativos no segmento de transporte, dois terços representam consorciados de caminhões e implementos rodoviários.” Apenas como um termômetro no recorte que isola as compras de cotas de implementos rodoviários, dado indisponível nos balanços da Abac, somente o Consórcio Randon, basicamente voltado ao segmento, registrou no ano passado aumento de 1,5% nas adesões, com 26,5 mil novas cotas negociadas, quase 12% do total das cotas de pesados vendidas. A constatação do crescimento da participação das empresas transportadoras nos consórcios se dá independentemente do cenário econômico do País. “Temos estudos que mostram que a decisão do Banco Central pela alta ou baixa das taxas de juros não é um fator decisivo para a adesão ou não ao sistema”, afirma o dirigente da Abac. “As regras são comuns a todos e, diferentemente de outras modalidades de crédito, os custos do consórcio são baixos.” Segundo Rossi, a taxa média de administração mensal é de 0,145%, considerando um prazo médio de duração dos grupos de 98 meses. Também mais de 71% dos contratos adotam os reajustes da tabela do fabricante, enquanto 28% têm como fator de correção o IPCA. “Também a flexibilidade na utilização do crédito, dentro de cada segmento, o sistema se mostra ideal ao se ajustar ao momento e à situação de cada consorciado.” A característica isonômica do sistema tem convencido o transportador e se traduz no aumento de crédito disponibilizado para o segmento de pesados. Nos últimos quatro anos, de 2021 a 2024, o valor cresceu 60%, de R$ 10,9 bilhões para R$ 17,5 bilhões, recorde do ano passado. O dirigente da Abac entende que o empresário ou o autônomo do segmento coloca cada vez mais o consórcio na estratégia financeira da empresa para ampliar ou mesmo renovar a frota. “Por ser um mecanismo sem juros e, considerando planejamento, o gestor pode utilizar o veículo ou equipamento em uso até a data ideal para troca e usar o recurso de uma possível venda para lances.” Rossi lembra também que, em boa medida, o consórcio permite preservar programação nas linhas de produção, tanto que boa parte das fabricantes de implementos rodoviários tem a oferta própria do sistema em seus negócios. Ao considerar a perspectiva de safra recorde, redução do desemprego, permanência de juros altos, oscilação de câmbio e controle da inflação, a Abac estima para 2025 um crescimento em torno de 10% nas vendas de novas cotas para o segmento de pesados, para acima de 250 mil. CONSÓRCIOS | CONSORTIUMS | CONSORCIOS Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC © Abac
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