Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2025

116 No “dentro das porteiras”, deveremos incluir mais 40 milhões de hectares de áreas de pastagens degradadas a serem transformadas em cultivos sustentáveis, modernos e com sistemas integrados lavoura-pecuária-florestas, além do uso intensivo de tecnologias elevando a produtividade atual obtida desde o “a” do abacate ao “z” do zebu. O sistema cooperativista crescerá onde já está e em áreas com necessidade de corrigir desvios de indignidade humana e social, apoiando o desenvolvimento de cerca de 4 milhões de pequenas propriedades rurais e assentamentos legais hoje ainda distantes da ciência e dos mercados. O biogás produzido com dejetos da agropecuária, laticínios, frigoríficos, supermercados etc, proverá riqueza adicional em bioeletricidade, biofertilizantes e biometano com impactos de receitas para crédito de carbono. No “pós-porteira das fazendas”, a indústria brasileira de alimentos e bebidas, a segunda maior exportadora mundial em volume, agregará valor sobre a originação, equalizando seu tamanho com receitas superiores e geração de novos negócios em segmentos e nichos energéticos e alimentares, bem como especialidades na moda, agricêutica e estética. Também oportunidades de pequenas e médias agroindústrias conectadas ao cooperativismo. E todo esse movimento vai precisar de modernos implementos rodoviários adaptados às mais distintas especificidades. Portanto, quando olhamos o potencial brasileiro do agronegócio e as oportunidades nos mercados mundiais e da própria população brasileira, bem como todas as vocações tropicais do País nos seus seis biomas, visualizar ultrapassarmos US$ 1 trilhão num movimento planetário desse sistema que hoje já atinge US$ 20 trilhões mundiais, é uma conta relativamente fácil de prever. Agora, faremos? Todo este raciocínio acima é dependente de planejamento estratégico estruturante de estado. Exigirá a convergência da iniciativa privada com o público. Logística, armazenagem, irrigação, telecomunicação, satélites, investimentos subsidiados para o enfrentamento dos riscos, incluindo mudanças climáticas. Seguro, modelos integrados de transporte rodoviários, ferroviário, fluvial e cabotagem. Sem esquecer do próprio turismo agro-ambiental e gastronômico. O sucesso desta potencial oportunidade em 13 anos dependerá da administração, da competência de planejamento, de marketing e propaganda. Temos ciência, tecnologia, recursos humanos, empreendedorismo e cooperativismo. Reunir essas peças do “lego nacional” para a prosperidade com impactos efetivos no crescimento do PIB brasileiro, e nos posicionarmos no mundo como uma nação vital para o agroambiental, a saúde da terra, em toda faixa tropical do planeta (tropical belt, do trópico de Câncer ao de Capricórnio) é o desafio e a oportunidade. Dessa forma, o risco está em não termos líderes e lideranças unidos para essa orquestração. É momento dos maestros regentes se apresentarem ao invés de tocar tambores e soprar nos berrantes, para termos um só agro brasileiro com partitura, tom e melodia tocando juntos. Planejamento estratégico onde o exemplo RenovaBio associado ao combustível do futuro e toda orquestração agrícola, industrial, comercial e de serviços pode nos servir de inspiração para todas as demais cadeias produtivas. Podemos fazer, só depende de nós. Brasil: país que muda o mundo para melhor! “O otimista é um tolo, o pessimista um chato, sou um realista esperançoso”, diz Ariano Suassuna. Estou com ele e a velocidade da juventude tropical brasileira e mundial. Nos meus 85 anos, daqui a 13 anos, estarei celebrando esta visão com uma garrafa do mais delicioso espumante do mundo, um “terroir Brazil”, e com muito sucesso da indústria dos implementos rodoviários, sem dúvida, no transporte de tudo isso. ARTIGO | ARTICLE | ARTÍCULO

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=