Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2017

61 um curso mais elástico do que as molas metálicas e absorver melhor as irregularidades do piso, os pneus oscilam menos ao trafegar e, assim, “martelam” com menos intensidade o asfalto, contribuindo na preservação do pavimento por mais tempo. “Imagine o que sofre uma carga de computadores em viagem pelas estradas do Brasil dentro de um implemento de suspensão mecânica?”, provoca Mori. “É fato que garante menos avarias às cargas. Em alguns países da Europa também o setor de transporte obteve um ganho de 4% em virtude de a solução ser menos prejudicial à estrada.” No Brasil a suspensão pneumática está mais presente ainda nas operações com mercadorias frágeis, como vidro, eletroeletrônicos e líquidos. É também uma exigência legal no primeiro eixo do semirreboque, de três eixos distanciados, frequentemente utilizados como tanques para a transferência de cargas perigosas, embora esteja presente em vários outros tipos de aplicação. Suspensão pneumática e cargas perigosas fazem uma combinação também que diz muito para o avanço da tecnologia. Não necessariamente pelo casamento dos itens, mas pelas condições que apresentam. Diferentemente das molas metálicas, a solução a ar permite introdução de recursos eletrônicos, um campo aberto para o aumento da segurança. Desde 2013, na companhia da obrigatoriedade do freio ABS nos caminhões, os implementos rodoviários também o adotaram por exigência legal. Um salto gigantesco para um equipamento que antes disso contava apenas com um sistema convencional de freio e que, muitas vezes, quando estacionado, ganhava calços nas rodas como prevenção a acidentes. A próxima etapa será a introdução nos rebocados do EBS, o distribuidor da força de frenagem entre as rodas que evita tombamento, mas corretamente definido como T-RSP (Trailer Roll Stability Program). “Torcemos para que a obrigatoriedade ocorra em 2022, conforme consta no cronograma da legislação”, aponta Antônio Silva, responsável pela área comercial da divisão de trailerna Knorr-Bremse para a América do Sul. “Por enquanto, as demandas se limitam às operações com cargas perigosas e explosivas.” Silva adianta, no entanto, que a introdução do recurso só valerá se também o caminhão trator dispuser da mesma tecnologia ou, no mínimo, a presença do ABS: “Enquanto no caminhão o EBS se propõe a atuar na dirigibilidade, no rebocado ele impede o tombamento, mas precisa de alimentação contínua de energia, por isso a necessidade de funcionamento em conjunto com o caminhão”. Em virtude da pouca demanda o T-RSP ainda é um componente importado, mas segundo o representante da Knorr-Bremse nada impede que no futuro próximo seja fabricado aqui também: “É uma questão de escala.”  Antônio Silva Knorr-Bremse © Knorr-Bremse

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