38 EXPORTAÇÕES | EXPORTS | EXPORTACIONES Não de hoje, todo e qualquer empresário e executivo sabe que em economias passíveis de instabilidades regulares, típicas dos países conhecidos como emergentes, colocar todos os ovos no mesmo cesto é um risco e tanto. Não raro, essa estratégia precisa ser revista e aí, quase sempre, foram-se muitos mercados e clientes que demandam esforços redobrados para serem reconquistados. De forma mais objetiva: a diversificação é algo imperativo, ainda que seja recorrente e natural a tentação de centrar esforços naqueles mercados que, momentaneamente, exibam curvas de desempenho ascendentes. A indústria brasileira de implementos rodoviários sabe bem o que isso significa. A experiência dos últimos três anos no mercado interno, com recuo acumulado da ordem de 65% nas vendas, enfatizou a necessidade de se ter sempre portas abertas – apesar das dificuldades intrínsecas de um segmento de produtos tão específicos e das muitas variações cambiais – para clientes de outros países. São eles que podem representar algum bom alento para o desconforto dos negócios internos, como, por exemplo, os do último triênio. E o empenho para reconquistar clientes, não há dúvida, é sempre muito maior, e dispendioso, do que o de garantir um fluxo perene de negociações, ainda que com períodos não tão favoráveis. Não por outro motivo a ANFIR, Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, firmou convênio com a Apex-Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações, e já colheu os primeiros frutos no transcorrer de 2016, primeiro ano do acordo. A ideia da parceria, claro, é estimular negócios dos fabricantes brasileiros de implementos em outros países. Se em 2015 a indústria nacional exportou exatos 3.436 reboques e semirreboques, em 2016, também se valendo de uma relação cambial mais favorável naquele momento, registrou o embarque de 4.086 implementos, evolução de 19% no comparativo anual. E as expectativas a partir do trabalho desenvolvido pela parceria ANFIR e Apex-Brasil, sobretudo no transcorrer segundo semestre do ano passado, é de que esses números podem ser ainda mais representativos já em 2017. Saldo positivo Nada menos do que 24 empresas associadas da ANFIR participaram de rodadas de negociação na Colômbia em junho, Chile em outubro e em São Paulo em novembro. Sete delas compuseram o pavilhão brasileiro na Expomina, no Peru, em setembro. Do encontro na capital paulista participaram onze empresas potenciais compradoras do Chile, Colômbia, Honduras e Peru. Só as rodadas colombiana e chilena reuniram outros 36 importadores. O saldo dessas iniciativas – avaliam os dirigentes – já pode ser considerado positivo. A ANFIR calcula que o potencial de negócios gerados só a partir das tratativas iniciadas nesses enMario Rinaldi ANFIR © ANFIR
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