25 própria frota circulante antiquada de veículos de carga e passageiros. Na avaliação de Martins, ela vem “envelhecendo de forma assustadora” e, naturalmente, carece de urgente recuperação. “Um país como o Brasil, com uma safra agrícola de 220 milhões de toneladas de grãos e que movimenta mais de 60 milhões de passageiros por dia no transporte público de vários modais, precisa ter equipamentos de transportes modernos. Se isso não acontecer, perde-se a mobilidade e as consequências serão extremamente graves e irreparáveis.” A supersafra, aliás, é vista por José Hélio Fernandes, presidente da NTC&Logística, por enquanto, como a melhor notícia para o setor de transporte brasileiro em 2017. “O agronegócio seguirá como o principal sustentáculo da nossa economia novamente”, diz o executivo, animado com notícias de uma boa safrinha também. Fernandes já tem a certeza de que o transporte brasileiro passará por um período menos complicado ao longo do ano. Segundo ele, 2015 e 2016 foram dois dos piores anos que já vivenciou no setor. “O PIB crescer 0,5%, como projeta o governo, está longe de ser ideal, mas demonstra alguma recuperação, embora seja um movimento incipiente. E maior atividade econômica, maior a movimentação de carga.” Inflação em queda e juros com tendência de declínio são apontados pelo presidente da NTC como outros dois fatores a ajudar no sentido do crescimento, ao lado das reformas e da manutenção do bom nível das exportações ainda que com a recente valorização do real e sua eventual manutenção até o fim do ano. “O Brasil pode produzir o que quiser de soja que sempre haverá comprador para qualquer quantidade no mundo.” Grandes obras ajudarão As aguardadas concessões de grandes obras não devem ter impacto econômico antes de 2018, no entender de Fernandes, que lamenta os graves problemas de infraestrutura. “Basta ver o estado que BR-163 e a quantidade de caminhões atolados nela. Mas mesmo que saiam algumas dessas grandes obras, há uma série de burocracias e entraves que adiarão os efeitos econômicos para o ano que vem.” A elevação da carga tributária é outro ponto que trabalhará contra uma retomada econômica mais vigorosa, afirma o presidente da NTC. “É um contrassenso elevar tributos no exato momento em que o País, que já tem uma das maiores cargas do mundo, precisa destravar sua economia.” Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, também considera que 2016 talvez tenha sido um dos mais difíceis períodos para a distribuição automotiva, com o agravamento das crises política, econômica e o baixo índice de confiança de investidores e consumidores. “2017 deverá ser melhor, ainda que os sinais de recuperação despontem, com maior ênfase, apenas no segundo semestre. O importante José Hélio Fernandes NTC&Logística © Christiane Ceneriva | NTC&Logística
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