Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2017

20 Não há no horizonte próximo motivos para rojões ou estouros de champanhe nem por outro lado razão para pessimismo maior do que já tomou conta do setor de transportes nos últimos três anos. O Brasil, avaliam executivos e dirigentes das principais entidades ligadas ao segmento, deve ter um 2017 bem menos complicado do que os anos anteriores, mas ainda sem a recuperação mais vigorosa que possa aplacar as perdas geradas por sucessivas quedas do mercado interno nesse período. Não são poucas as interrogações que ainda cercam as planilhas dos empresários. O cenário político-econômico segue como empecilho de maior preponderância a tumultuar os planejamentos das entidades e fazê-las apenas a acreditar em ligeira elevação no fluxo dos negócios ainda no transcorrer do segundo semestre de 2017 e de forma mais perceptível somente a partir do começo de 2018. A recuperação das vendas internas será um processo paulatino e a volta a patamares pré-crise é ainda algo pouco imaginado para este fim de década. Alcides Braga, presidente da ANFIR, Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, por exemplo, entende que o mercado de implementos atravessará um ano difícil, mas não tanto quanto nos últimos dois anos. “Toda a retomada de atividade econômica é lenta e o retrospecto de desempenho do setor desde 2015 revela bem a realidade difícil em que nos encontramos”, pondera Braga, recordando que em 2015 os emplacamentos recuaram 44,76% sobre o total de 2014, quando foram negociados 159.870 produtos, e em 2016, com somente 61.996 unidades, voltaram a cair 29,8%. A indústria de implementos rodoviários, assim, viu suas vendas encolherem mais de dois terços desde 2014. Um dos terríveis efeitos desse cenário foi a redução drástica também do quadro de trabalhadores. “Perdemos 30% de nosso maior patrimônio, que é a mão de obra qualificada e treinada.” A queda foi generalizada em todos os negócios. Dos quinze segmentos analisados pela ANFIR para reboques e semirreboques e dos sete pesquisados para carroceria sobre chassi, somente o canavieiro, entre os pesados, apresentou índice positivo ao final do ano, com variação de 31,58%. O agravamento das crises política e econômica, com consequente queda da confiança do consumidor, aumento do nível de desemprego, desaceleração da atividade econômica e por fim novo recuo do PIB de 3,6% em 2016, anulou CONJUNTURA | THE BUSINESS | CONTEXTO ECONÓMICO Alcides Braga ANFIR © Cesar Hamanaka | ANFIR

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