22 2016 De início ele foi taxativo sobre o desempenho do ano, deixando claro que não será possível recuperar o que foi perdido em 2015. Suas previsões, porém, estão distantes da catástrofe. Aliás, de certa forma podem ser expressas através da frase “dos males o menor”, ou seja, para Alcides Braga, se não tem recuperação em relação ao ano passado, também não haverá perda. Leia o que disse, literalmente, o presidente da Anfir: “Acreditamos que o resultado desse ano deverá ser igual ao apurado no anterior porque não há nenhum sinal que indique o reaquecimento imediato dos setores produtivos”. Alcides Braga enumera os motivos que basearam as suas deduções. “O principal foi a queda geral na atividade econômica em 2015 porque o setor produtor de implementos rodoviários sofre diretamente com qualquer oscilação dessa natureza. O segmento depende essencialmente do desempenho de outros setores da economia, que no ano passado não tiveram um bom período. Os implementos rodoviários são responsáveis pelo transporte de mais de 60% de todas as mercadorias que circulam pelo País. De insumos a produtos importados tudo que se desloca por via rodoviária o faz em um implemento rodoviário. Assim, qualquer redução ou mesmo interrupção nos negócios de algum segmento afeta diretamente o setor e como se sabe a recuperação demora mais que sua queda o que significa dizer que os efeitos negativos continuarão este ano”, relata. Outro fator que deve contribuir para concretizar essa previsão é o ambiente de financiamento. “A regra para este ano é a seguinte: a parcela financiável do bem com dinheiro público é de 80% para pequenas e médias empresas e 70% para as grandes empresas. A taxa anual de juros praticada nos financiamentos é a TJLP mais o spread do BNDES de 1,5% e o do banco comercial que varia conforme o risco do tomador.Com a economia fraca é previsível que os empresários e autônomos tenham dificuldade em conseguir completar a parte que não é financiada do bem dentro do programa do BNDES”. No cenário apontado pelo líder empresarial, não há fatores extraordinários que estejam tomando o mercado dos produtos brasileiros, como a invasão chinesa, por exemplo. “No mercado de implementos rodoviários não há concorrência estrangeira. A quase totalidade dos produtos é fabricada no Brasil. As raras importações são de produtos para aplicações específicas e pontuais cujo volume não representa concorrência para a indústria brasileira”, esclarece. Ele prossegue: “Sofremos um período de vendas muito baixas devido emmuito ao momento econômico e político que o país atravessa, e em parte pela convicção de que nos últimos anos houve uma clara antecipação de compras em face das condições excepcionais de financiamento vigentes à época”. A redução de demanda prejudica, indiscriminadamente, as empresas de implementos rodoviários, independentemente do porte e do tipo de produto que fabricam. “Todos os segmentos são afetados porque todos eles estão atrelados a algum setor da economia. Logicamente alguns produtos muito direcionados a aplicações muito específicas podem ter um desempenho fora da curva, mas quase sempre estes produtos repreInstitucional Institutional
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