104 2016 Artigo Article Estamos vivenciando uma grave crise no Brasil; uma terrível combinação de crise econômica com uma seriíssima crise política. O país se transformou em uma nau sem comando e sem rumo, há pelo menos 12 meses, e os especialistas falam em recuperação só a partir de 2018. Ao longo da minha vida profissional, atuando principalmente na indústria de material de transporte, enfrentei várias crises, de natureza e magnitude diversas, mas não me recordo de algo tão grave como o que vivemos agora. A forma como uma empresa enfrenta um momento de crise depende da sua natureza, os efeitos sobre a empresa e expectativa de duração; mas também depende em muito da cultura e tipo de liderança existente na empresa. Em muitas empresas a primeira medida a ser tomada em uma situação de crise é o corte de pessoal; graças a isso, nos últimos 12 meses já se perderam quase dois milhões de vagas de emprego com carteira assinada. Se considerarmos as vagas sem carteira assinada e as que não foram abertas para os que estão chegando ao mercado de trabalho, podemos estimar em mais de quatro milhões os novos desempregados gerados pela crise. Terrível, não? Em outras empresas o corte de pessoal é a última medida a ser tomada, procuram preservar o seu quadro de funcionários até o limite máximo possível. Qual seria a razão para posturas tão diferentes? Podemos afirmar que a principal razão é o tipo de liderança praticado na empresa. Nestas últimas, certamente, encontraremos muitos casos de “Liderança Servidora”. Tive a feliz oportunidade de conhecer muitas pessoas que reúnem as habilidades de caráter e a postura que caracterizam o que James C. Hunter qualifica como “Líder Servidor”, em seu livro “O Monge e o Executivo”. Os dois primeiros exemplos foram os meus pais, a quem agradeço pela formação que recebi, me iniciando no processo que me levou a ser um líder eficaz. A liderança e a crise Eduardo Gonçalves *
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