ISSN 2236-2096
Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários - 2016 Brazilian Road Implements Industry Yearbook - 2016 ISSN 2236-2096 uma publicação da / published by ANFIR - Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários Rua Conselheiro Saraiva, 306 Conjunto 55 - Santana 02037-020 - São Paulo - SP - Brasil Tel. (11)2972-5577 • Fax: (11)2972-5570 www.anfir.org.br
Diretoria/Board of Directors Presidente/President: Alcides Geraldes Braga (Truckvan) 1º vice-presidente/1st vice-president Norberto Fabris (Randon) 2º vice-presidente/2nd vice-president José Carlos Vidoti (Facchini) 3º vice-presidente/3rd vice-president José Carlos Spricigo (Librelato) Tesoureiro/Treasurer Leonardo Toigo Rossetti (Rossetti) Conselho de Administração/Management Board Presidente/President: Kimio Mori (Noma) Conselheiros/Directors Lauro Pastre Junior (Pastre) José Carlos Vidoti (Facchini) Emilio Medeiros (Fibrasil) Roberto Vergani (Guerra) Fabian Lisboa Marcon (Kronorte) José Carlos Spricigo (Librelato) Norberto Fabris (Randon) Leonardo De Vincenzo Filho (Rodofort) Leonardo Toigo Rossetti (Rossetti) Alcides Geraldes Braga (Truckvan) Unirio Nestor Dalpiaz (Linshalm) Devanir Martins da Costa (Ibiporã) Conselho Fiscal/Audit Committee Conselheiros/Directors Heberson Cosso (Labor) Valeri Antonio Pertile (Rodotécnica) Clóvis Coletta Caram (Tankar) Gelson Susin (Dambroz) Diretor Executivo/Executive Director Mário Rinaldi Diretoria - 2015/2018 Board - 2015/2018
6 2016 Índice Index
7 2016 A palavra do Presidente Mais um ano difícil 8 A Message from the President Another difficult year 8 Editorial Dias melhores virão 10 From the Editors Better days will come 11 Institucional Tendências 14 Institutional Trends 25 Exportações Passos rumo ao mercado externo 32 Exports Steps towards the international market 36 Artigo Regime de Drawback: a exportação como a solução para o crescimento 40 Article Drawback: exports as the solution for growth 42 Logística Boas notícias vindas do campo 46 Logistics Good news from the fields 50 Crédito BNDES altera linhas de financiamento 52 Credit BNDES changes credit lines 56 Associação Para agregar e normatizar 60 Association To grow and standardize 64 Tecnologia Livre de rebite 66 Technology Rivetless 70 Negócios Mais um canal de vendas 72 Business Another sales channel 75 Produto Desvendando o implemento 76 Product Demystifying implements 79 Caminhões Catálogo amplo e diversificado 80 Trucks A large, diverse catalog 82 Artigo As mulheres na sucessão familiar 92 Article Women in family succession 94 Padronização Selo ANFIR: uma referência segura para o mercado 96 Standardization The Anfir seal: a secure market reference 101 Artigo A crise e a liderança 104 Article Leadership and the crisis 106 Panorama Implementos rodoviários em números Overview The numbers of road implements industry 108 Empresas associadas O mapa da Indústria Brasileira de Implementos Rodoviários Member companies The map of Brazilian Road Implements Industry 118 Entidades Entidades brasileiras de relacionamento do setor Brazilian Brazilian entities of road implements industry network 180 Anunciantes Empresas que prestigiam e viabilizam a realização desta edição Advertisers Companies that give prestige and make possible the realization of this edition 183
8 2016 Mais um ano difícil Another difficult year A palavra do Presidente A Message from the President © Skypixel | Dreamstime.com Foto: Cesar Hamanaka
9 2016 O ano de 2016 teve início sem apresentar surpresas, lamentavelmente. Depois da queda no desempenho da indústria produtora de implementos rodoviários registrada em 2015 o ano começou com a perspectiva de termos mais recuo de mercado. Uma situação que infelizmente se confirmou. A causa está localizada fora do setor e é de natureza conjuntural. Assim em verdade a indústria produtora de implementos rodoviários sofre os reflexos do ambiente de economia retraída que estamos vivendo desde o ano passado. Nesse cenário adverso a ANFIR trabalhou para reduzir os efeitos de todo esse ambiente negativo que se apoderou dos negócios. A primeira ação foi conseguir a definição das regras para 2015 da mais importante linha de financiamento de investimentos do BNDES que é responsável por financiar a maior parte dos implementos rodoviários da linha Pesada (reboque e semirreboque), o PSI/Finame. Como resultado do contato permanente com os mais diversos escalões do MDIC-Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a entidade conseguiu em seguida a ampliação das parcelas de participação do BNDES nos financiamentos no PSI/Finame, sempre com foco em buscar incentivos para o setor. A ANFIR também ampliou sua visão em outras direções e assim surgiu o Acordo de Cooperação Técnica com o MDA-Ministério do Desenvolvimento Agrário que permite aos agricultores cadastrados no programa de agricultura familiar adquirir implementos rodoviários com incentivos oficiais. Além disso a ANFIR alinhou-se com outras entidades do setor automotivo e lançou o embrião para o primeiro programa de renovação de frota do País e trabalhou de maneira firme e coerente na promoção do maior evento de transporte de cargas do Brasil, a Fenatran. Outra ação que foi iniciada em 2015 mas que deu seus primeiros passos concretos em 2016 foi a aproximação com a Apex-Brasil. A instalação do Comitê Gestor do Projeto Setorial ANFIR/Apex-Brasil deu início ao trabalho coordenado entre as duas entidades para abrir o mercado internacional para o implemento rodoviário feito no País. As dificuldades serão superadas com trabalho, dedicação e criatividade. O empresário brasileiro sempre faz sua parte e tem colaborado com o progresso da sociedade. E nós da indústria de implementos rodoviários estamos prontos para mais uma vez fazer a nossa parte e contribuirmos para a retomada do crescimento da economia. 2016 began without any surprises, unfortunately. After the slowdown in production of highway implements in 2015, this year began with the prospect of a further slump. This has unfortunately been confirmed. The cause lies outside the sector and is generalized. So, in fact, the highway implement industry is suffering the consequences of the shrinking economy that we have been experiencing since last year. In this adverse scenario, Anfir has worked to reduce the effects of this negative environment that gripped businesses. The first thing was to get the rules for 2015 for the most important credit line at BNDES for Heavy vehicle sector (trailers and semi-trailers) - PSI/Finame. As a result of continuous contact with the various levels of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC), Anfir then managed to expand BNDES participation in financing of PSI/Finame, always focusing on incentives for the sector. ANFIR also expanded its vision and struck the Technical Cooperation Agreement with the Ministry of Agrarian Development (MDA), which allows registered family farmers to purchase equipment with official incentives. In addition, Anfir aligned itself with other entities in the automotive sector and launched the beginnings of the first fleet renewal program in the country and worked hard to promote the largest cargo transportation event in Brazil - Fenatran. Another effort that began in 2015 but took its first concrete steps in 2016 was the work with Apex-Brasil. The steering committee for the Anfir/Apex-Brasil project began the work by the two entities to open up the international market. Problems will be overcome with hard work, dedication and creativity. Brazilian businesspeople have always done their part and worked for progress by society. We in the highway implement industry are ready to once again do our part and contribute to the resumption of economic growth. Alcides Braga Presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, ANFIR President of Brazilian Association of Road Implements Manufacturers, ANFIR
10 2016 O jornalismo não é uma indústria de notícia, mas um distribuidor de informação. Contudo, como o profissional de imprensa precisa se manter atualizado por meio de leituras e contato com fontes diversas, por vezes utiliza-se desse conteúdo para emitir sua própria opinião (alguns até se tornam articulistas ou comentaristas especializados) que nem sempre vai ao encontro do senso comum. É o caso da atual crise econômica. É difícil falar em otimismo quando muitas empresas estão sem dinheiro para pagar seus compromissos; impossível falar do amanhã quando boa parte delas não sabe sequer se conseguirá manter as portas abertas “hoje à tarde”. Mesmo assim, é fundamental dizer que é possível ver sinais de que o pior já passou! Não estamos antecipando o fim da crise econômica, mas reproduzindo informações de economistas, analistas e empresários experientes, segundo os quais as condições estruturais permitem concluir que o segundo semestre de 2016 já não será tão ruim quanto foi o primeiro. E que a recuperação começará antes do final do próximo ano. Está evidente que parte do andamento da economia decorreu da situação política do País. E que se a crise produziu ensinamentos, um deles é que a sociedade – incluindo os empresários – deve acompanhar e, na medida do possível, participar, das decisões do governo e do Congresso Nacional. Assim, as tendências enxergadas por especialistas se transformarão em realidades, proporcionando benefícios para a própria sociedade. Especialmente para o segmento de implementos rodoviários, também há notícias promissoras. A leitura desta edição do Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários permite encontrar fatos positivos, alguns dos quais são frutos dos esforços da atual gestão; outras, do agronegócio. Podemos citar o convênio assinado com a Apex-Brasil, os acordos com o BNDES e com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, e o aumento da safra de grãos. Ademais, cabe aqui o exemplo do copo com água até a metade: há quem o enxergue meio vazio; mas que também veja a oportunidade para enchê-lo. No caso, as baixas vendas de hoje vão gerar deficiência no mercado e, consequentemente, aumento de demanda no futuro. Temos a convicção que, nesta publicação, nosso papel é informar. Cabe ao leitor deduzir se as notícias são boas ou não. E, especificamente neste espaço (Editorial), nos sentimos à vontade de escrever algo que parece contrassenso, principalmente em meio ao turbilhão em que nos encontramos quando escrevemos o texto. Mas, com base no que lemos e ouvimos reafirmamos o que escrevemos no título: dias melhores virão. Os editores Dias melhores virão Editorial From the Editors
11 2016 Better days will come Journalism is not a news industry, but the distribution of information. However, as journalists have to stay up to date by reading and having contact with different sources, they sometimes use that content to express opinions (some even become writers or specialist commentators) which are not always agreed upon. This is the case in the current economic crisis. It is difficult to be optimistic when so many companies are running out of cash and it is impossible to speak of tomorrow when most of them do not know their doors will be open this afternoon. Nevertheless, it must be said that the worst is over! We are saying the economic crisis has finished, but we are reproducing information from economists, analysts and experienced businesspeople, according to which the structural conditions at the end of 2016 will not be as bad as at the beginning of the year. Recovery will begin before the end of next year. It is clear that part of the economic crisis due to the political state of the country. This crisis has taught us some lessons, one of which being that society - Including businesspeople - should watch and, where possible, participate in government and Congress’s decisions. This will mean that trends observed by specialists will become reality, providing benefits for society itself. There is good news for the highway implement segment. This edition of the Highway Implement Industry Yearbook contains encouraging facts, some of which are fruits of current management efforts, others from agribusiness. There are the agreement entered into with Apex-Brasil, and the agreement with BNDES and the Ministry of Agrarian Development, as well as the large grain harvest. The glass half-empty / half-full example is appropriate. Poor sales now will lead to a shortage on the market and increased demand in the future. Our role with this publication is to inform. It is up to the readers to decide whether the news is good or not. Specifically in this editorial, we are free to write things that seem counterintuitive, especially amid the turmoil we find ourselves in now. But based on what we have read and heard, we reaffirm what we said in the title: better days will come. The Editors © Richard Thomas | Dreamstime.com
Um caminhão com implemento feito de alumínio de alta resistência é mais leve e, por isso, consegue carregar mais carga. Quanto mais carga, menos viagens e menos gasto de combustível. Maior produtividade e economia: é por isso que, cada vez mais, o alumínio ganha espaço no mercado de transportes.
A Votorantim Metais CBA é uma das maiores produtoras de alumínio da América Latina, atuando também no mercado automotivo. Saiba mais em www.vmetais.com.br. CARREGA MAIS, GASTA MENOS. /company/votorantim-metais Siga-nos: C A R R O C E R I A D E B E B I D A S F U R G Ã O F R I G O R Í F I C O C A Ç A M B A B A S C U L A N T E C A R G A S E C A S I L O
14 2016 Institucional Institutional © Digitalstormcinema | Dreamstime.com
15 2016 Convidadas pela reportagem do Anuário Anfir, três importantes entidades setoriais representativas da indústria brasileira – Anfir, CNI e Simefre - apresentaram suas perspectivas para o desempenho econômico do País e os setores que representam para 2016
16 2016 Economistas, consultores e especialistas em geral sabem que nem sempre é fácil fazer previsões econômicas para os 12 meses seguintes do Brasil. Afinal, o país tem um histórico de medidas emergenciais, pacotes econômicos e outros meios “heterodoxos” de mudar o rumo da economia de um dia para o outro, afetando todos os segmentos ou beneficiando apenas alguns deles. Embora nos últimos anos esse “recurso” tenha sido aplicado com menor intensidade, as pressões política e social podem influenciar o governo e o Congresso Nacional a optarem por caminhos que não estão planejados, mas que proporcionem resultados imediatos. Mesmo assim, com base na realidade do início deste ano, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre) e Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir) aceitaram conceder entrevista e revelar suas perspectivas para todo o período de 2016. E ainda apontaram sugestões que, segundo creem, podem melhorar os resultados do País. No conjunto das opiniões há convergência sobre as dificuldades que a economia e a indústria enfrentarão no decorrer do ano. Não obstante, é possível vislumbrar sinais que podem levar a algum otimismo para um período não muito distante. O importante é que, na essência, o Brasil tem condições estruturais para retomar o caminho do crescimento, mas, para o trio de entrevistados, essa potencialidade se tornará realidade somente com ações que proporcionem mais segurança ao mercado. A seguir, veja o que dizem o presidente e diretor da CNI; e os presidentes do Simefre e da Anfir. CNI: retração No início de 2016, as condições estruturais não eram nada boas para o desenvolvimento do País, na opinião de Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Sua análise decorre do fato de que o conjunto Institucional Institutional Robson Braga de Andrade, presidente da CNI president of CNI Foto: Miguel Ângelo - CNI
17 2016 de fatores necessários à expansão da economia permaneceu inalterado. Em outras palavras, vale o velho ditado: “não se consegue resultados diferentes fazendo as coisas da mesma forma”. Por aí se pode entender o pragmatismo de Robson Andrade. “Pouco se avançou para a construção de um ajuste fiscal crível e permanente, aliado a mudanças estruturais capazes de impulsionar a recuperação da atividade econômica. Por isso, o cenário para 2016 não é diferente do observado em 2015”, declara. Com base nessa realidade, nas perspectivas delineadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a economia continuará encolhendo nos primeiros meses de 2016. O ano fechará com o Produto Interno Bruto (PIB) em queda de 2,6%, puxado especialmente pela retração de 4,5% na indústria. O desemprego alcançará 11%, o consumo das famílias diminuirá 3,3% e os investimentos cairão 12,3%. Mas, mesmo diante do quadro pessimista, a boa notícia é que o presidente da CNI não parece um derrotista. Pelo contrário. Interpretando sua análise, é possível dizer que há condições de transformar a realidade de ruim para boa. Naturalmente não é tão fácil quanto apertar um botão e obter resultados no dia seguinte. Mas, mudança começa com a coragem – ou o interesse - dos governantes, em todos os níveis e cargos, tanto do executivo quanto do legislativo. Além do mais, essas primeiras iniciativas já seriam suficientes para mudar as expectativas do mercado, criando as condições favoráveis para a volta dos investimentos e, consequentemente, dos benefícios que os acompanham. Para a CNI a economia retomará o rumo da expansão se o Brasil adotar uma agenda baseada em três eixos: medidas de estabilidade macroeconômica, ajuste fiscal de longo prazo e melhoria do ambiente de negócios e da segurança jurídica. “Apenas nesse ambiente a economia voltará a crescer de forma sustentada”, destaca Robson Braga de Andrade. Levando em conta as dificuldades da atualidade, a entidade representante da indústria nacional traçou dois cenários de médio prazo para o Brasil. E ressalta que, ambos dependem das escolhas que o País fará para enfrentar a crise. Veja as probabilidades apresentadas pela CNI: 1. Correção de rota– O país prosseguirá com as mudanças em andamento, aprofundará o ajuste permanente das contas públicas e avançará na agenda de reformas estruturais. “Nesse caso, após um período de ajuste expressivo, a economia gradualmente recompõe a confiança e eleva sua competitividade, sendo possível vislumbrar um novo ciclo de crescimento a partir de 2017.” 2. Ajustes pontuais – O país continua com dificuldades em definir e mudar o atual regime fiscal e tributário e de avançar na agenda da competitividade. Com isso, as incertezas e a falta de confiança permanecem e a economia enfrenta um longo período de estagnação. Simefre: dificuldades Para o Simefre, as perspectivas, dentro do conjunto dos segmentos que integram o setor automotivo, não é nada boa. O quadro pode ainda piorar no médio prazo se não houver investimentos que recuperem – ou reduzam – a defasagem tecnológica do País. “A tecnologia voa de jato, se não hou-
20 2016 ver investimento claro que o Brasil vai ser prejudicado. É um impacto que vamos sentir em pouco tempo. Outros países investem, enquanto nós vamos ficar atrasados, e não será fácil recuperar”, avisa José Antonio Fernandes Martins, presidente da entidade. Sua explicação para a fraca demanda do início do ano está em compasso “com analistas do setor”, para os quais, segundo conta, o fator predominante para a queda do mercado é a dificuldade de crédito. Para reforçar a sua tese ele fala da prorrogação do PSI4, em condições diferentes. “Enquanto em 2014 o empresário pagava 6% de juros com 10 anos de prazo, e 100% do financiamento e um ano de carência, o PSI4 atual se dividiu em dois segmentos. Para pequenas e médias empresas o financiamento é de 70% com juros de 9,5% ao ano e os outros 20% com juros de mercado de 17%. O prazo caiu para 6 anos e 6 meses de carência, com financiamento de apenas 90%. Para as grandes empresas o financiamento é de 50% com juros de 10% ao ano e 40% com juros de 17,5% e prazo de 6 anos e carência de 6 meses. Resultado: os dois programas têmmédia de juros de 17% ao ano, se considerar o acréscimo de 4% do spread cobrado pelos agentes financeiros”, diz. Martins também atrela o desempenho econômico à situação política. Para ele, sem um ajuste fiscal adequado não há como equilibrar a economia. “Por não existir ajuste fiscal o país começa a parar. A única saída é o governo federal entrar em entendimento com o poder legislativo. 90% das despesas são obrigatórias e apenas 10% discricionárias, ou seja, que o governo tem autonomia para reduzi-las. As demais ele precisa da permissão da Câmara. Como não existe paz entre os dois, as medidas não são aprovadas e as despesas excedem a receita. As indústrias produzem menos, o governo não arrecada imposto, continua gastando e a crise permanece”, justifica. Apesar da situação delicada, que obriga as empresas reduzirem a produção, o presidente do Simefre não vê risco de desabastecimento no País, exatamente pela falta de demanda. “Imagine quanto de cobre, chumbo, plástico, aço, vidro, borracha deixou de ser usado”, suInstitucional Institutional José Antonio Fernandes Martins, presidente do Simefre president of Simefre
21 2016 gere.Ele entende que buscar a solução para a queda de demanda do mercado interno pela via da exportação pode ser uma alternativa interessante, mas, avisa: “isso depende da política de exportação que cada empresa tinha antes da crise. Se era uma estratégia privilegiada, com o dólar alto, rapidamente ela retoma as exportações”. Martins salienta que as exportações dependem de continuidade, tecnologia, qualidade do produto e o câmbio. Contudo, em meio a esse marasmo Martins enxerga também oportunidades. Ele baseia seu raciocínio na retração recente, que resultou em forte queda do consumo. Por essa lógica ele conclui que, como nos últimos dois anos o mercado deixou de comprar equipamentos e caminhões novos, a frota está envelhecendo, com idade média entre 15 e 20 anos. Portanto, “logo, esses equipamentos precisam ser trocados por novos”. E emenda dizendo que logo problema deixará de ser a pequena demanda e passará a ser “somente o financiamento”. Convidado a opinar sobre o que considera necessária para as indústrias do sindicato que preside possam retomar a linha do crescimento, o experiente líder empresarial expressa seu otimismo., porém,volta a insistir na necessidade da realização do ajuste fiscal. E complementa. “Precisamos da imprensa nos ajudando a apaziguar o Brasil para que ele tome o rumo do crescimento. O Brasil é um país de tantos recursos naturais, se acabar a crise política a recuperação virá em um ano, pois somos um país de grandes fontes de recursos minerais, com rede hídrica, a indústria automobilística tem alta tecnologia, em 2015 produzimos 208 milhões de toneladas de grãos. Estamos amarrados por que não existe apaziguamento entre os poderes”, conclui. Anfir: recuperação em 2017 Em sintonia com o mercado e, especialmente com a indústria, pois também é empresário do setor, Alcides Braga, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes e Implementos Rodoviários (Anfir) apresentou perspectivas semelhantes às dos demais líderes entrevistados para essa matéria. Alcides Braga, presidente da Anfir president of Anfir Foto: Cesar Hamanaka
22 2016 De início ele foi taxativo sobre o desempenho do ano, deixando claro que não será possível recuperar o que foi perdido em 2015. Suas previsões, porém, estão distantes da catástrofe. Aliás, de certa forma podem ser expressas através da frase “dos males o menor”, ou seja, para Alcides Braga, se não tem recuperação em relação ao ano passado, também não haverá perda. Leia o que disse, literalmente, o presidente da Anfir: “Acreditamos que o resultado desse ano deverá ser igual ao apurado no anterior porque não há nenhum sinal que indique o reaquecimento imediato dos setores produtivos”. Alcides Braga enumera os motivos que basearam as suas deduções. “O principal foi a queda geral na atividade econômica em 2015 porque o setor produtor de implementos rodoviários sofre diretamente com qualquer oscilação dessa natureza. O segmento depende essencialmente do desempenho de outros setores da economia, que no ano passado não tiveram um bom período. Os implementos rodoviários são responsáveis pelo transporte de mais de 60% de todas as mercadorias que circulam pelo País. De insumos a produtos importados tudo que se desloca por via rodoviária o faz em um implemento rodoviário. Assim, qualquer redução ou mesmo interrupção nos negócios de algum segmento afeta diretamente o setor e como se sabe a recuperação demora mais que sua queda o que significa dizer que os efeitos negativos continuarão este ano”, relata. Outro fator que deve contribuir para concretizar essa previsão é o ambiente de financiamento. “A regra para este ano é a seguinte: a parcela financiável do bem com dinheiro público é de 80% para pequenas e médias empresas e 70% para as grandes empresas. A taxa anual de juros praticada nos financiamentos é a TJLP mais o spread do BNDES de 1,5% e o do banco comercial que varia conforme o risco do tomador.Com a economia fraca é previsível que os empresários e autônomos tenham dificuldade em conseguir completar a parte que não é financiada do bem dentro do programa do BNDES”. No cenário apontado pelo líder empresarial, não há fatores extraordinários que estejam tomando o mercado dos produtos brasileiros, como a invasão chinesa, por exemplo. “No mercado de implementos rodoviários não há concorrência estrangeira. A quase totalidade dos produtos é fabricada no Brasil. As raras importações são de produtos para aplicações específicas e pontuais cujo volume não representa concorrência para a indústria brasileira”, esclarece. Ele prossegue: “Sofremos um período de vendas muito baixas devido emmuito ao momento econômico e político que o país atravessa, e em parte pela convicção de que nos últimos anos houve uma clara antecipação de compras em face das condições excepcionais de financiamento vigentes à época”. A redução de demanda prejudica, indiscriminadamente, as empresas de implementos rodoviários, independentemente do porte e do tipo de produto que fabricam. “Todos os segmentos são afetados porque todos eles estão atrelados a algum setor da economia. Logicamente alguns produtos muito direcionados a aplicações muito específicas podem ter um desempenho fora da curva, mas quase sempre estes produtos repreInstitucional Institutional
23 2016 sentam baixa escala no portfólio da indústria, então não chega a ser suficiente para uma reversão de quadro”. Também nesse caso, a exportação poderia ser uma boa alternativa. Afinal, o dólar flutuando nas proximidades de R$ 4,00 tornaria os produtos brasileiros mais baratos para quem os paga com a moeda norte-americana. Todavia, para render frutos no período da atual crise econômica o trabalho de relacionamento das indústrias locais com o mercado exterior deveria ter começado bem antes. “A exportação é um trabalho que demanda tempo para render frutos. Algumas empresas já conhecem o mercado exterior, mas a grande maioria ainda não. Por ter enxergado essa alternativa a ANFIR procurou a Agência de Promoção das Exportações (APEX) e o resultado foi a inclusão de empresários brasileiros nas viagens de negócios da Apex toda vez que houver uma oportunidade. Além disso em nosso convênio está prevista a participação em feiras e eventos de interesse no exterior, onde a parte estrutural, como montagem de estande, por exemplo, é custeada pela Apex, favorecendo a participação de empresas menores”. Com a experiência do cotidiano e vivência de ter enfrentado crises anteriores do País em sua empresa, Alcides Braga enxerga saída para o setor em que atua, mas atrela essa recuperação às de outras atividades. “A indústria de implementos rodoviários depende de outros segmentos. Portanto, somente o reaquecimento da economia poderá ajudar a indústria produtora de implementos rodoviários a retomar sua atividade”, confirma. Com base no cenário econômico e político do País no momento da entrevista, ele previu recuperação, de fato, somente em 2017. O presidente da Anfir alega que a economia leva muito tempo para sair de um quadro de performance negativa. “Além disso, esperamos que este seja o tempo para que as medidas decididas pela equipe econômica do governo sejam efetivamente implementadas”. © Sashazamarasha | Dreamstime.com
24 2016 Propostas da indústria O documento da CNI Regulação e Desburocratização: propostas para melhoria do ambiente de negócios contém 94 propostas de baixo impacto fiscal para estimular a competitividade e ajudar o país a sair da crise. As principais propostas são: 1. Ajuste macroeconômico e equilíbrio fiscal de longo prazo • Reduzir os gastos públicos • Rever as regras automáticas de aumentos das despesas públicas • Buscar o equilíbrio fiscal de longo prazo, impedindo medidas que aumentam os gastos públicos • Fazer a reforma da Previdência 2. Tributação • Evitar a criação de impostos ou a elevação das alíquotas dos tributos existentes • Simplificar e desburocratizar o sistema de arrecadação de impostos • Harmonizar as regras do ICMS • Rever as contribuições ao PIS-Cofins • Ampliar os prazos de recolhimento de IPI e PIS-Cofins 3. Relações do trabalho • Modernizar a legislação trabalhista • Valorizar e estimular as negociações coletivas • Regulamentar a terceirização • Rever a Norma Regulamentadora 12, que trata da segurança de máquinas e equipamentos 4. Comércio exterior • Buscar acordos de facilitação do comércio com outros países e blocos econômicos • Dar prioridade para os acordos comerciais com o México e a União Europeia • Não conceder à China o status de economia de mercado 5. Infraestrutura • Criar condições para garantir rentabilidade e segurança aos investidores privados nas obras de infraestrutura • Acelerar o arrendamento de áreas portuárias públicas • Estimular a produção de gás natural em terra • Revisar o papel da Petrobras nas licitações do pré-sal • Simplificar os processos de licenciamento ambiental • Estabelecer novas regras para as agências reguladoras 6. Produtividade e inovação • Preservar os instrumentos de apoio às atividades de Pesquisa & Desenvolvimento • Estimular o desenvolvimento de startups e pequenas empresas de base tecnológica • Incentivar a formação de recursos humanos para a inovação • Promover parcerias entre universidades, centros de conhecimento e empresas Institucional Institutional
25 2016 Trends Invited by the Anfir Yearbook, three important representative organizations of Brazilian industry - Anfir, CNI and Simefre - gave their opinion on Brazil’s economic performance and that of the sectors they represent for 2016 Economists, consultants and specialists in general know it’s not always easy to make economic forecasts for 12 months in Brazil. After all, the country has a history of taking emergency measures, using economic packages and other heterodox means to change the direction of the economy from one day to the next, affecting all the segments or benefiting only some of them. Although in recent years such efforts have been resorted to less intensely, political and social pressures could influence the government and the National Congress to opt for ways that are not planned but which have immediate results. Nevertheless, based on the facts at the beginning of this year, the National Confederation of Industry (CNI), the Inter-state Railroad and Highway Materials and Equipment Industry Association (Simefre) and National Association of Road Equipment Manufacturers (Anfir) agreed to be interviewed and to offer their outlooks for 2016 as a whole. They also offered suggestions which they believe could improve the country’s performance. They agreed on the difficulties that the economy and industry will face in the course of the year. However, there are signs that could offer hope for the not-too-distant period. The important thing is that, in essence, Brazil has the structural conditions to resume growth, but this potential will only be realized if action is taken that offers the market more security, say the associations. The following is what the president and director of CNI and the presidents of Simefre and Anfir had to say. CNI: retraction In early 2016, the structural conditions were not at all good for the development of the country, in the opinion of Robson Braga de Andrade, president of the National Confederation of Industry (CNI). His anal- © Roman Fedin | Dreamstime.com
26 2016 ysis stems from the fact that the set of factors necessary for economic expansion has remained unchanged. In other words, as the old saying goes, “You cannot expect different results by doing the same things.” So, you can understand Robson Andrade’s pragmatism. “Little progress has been made in creating a credible and permanent fiscal adjustment, together with structural changes that could boost the recovery of economic activity. The scenario for 2016, then, is no different from 2015,” he says. Based on this situation, the view laid out by the CNI, the economy will continue to shrink in the first months of 2016.Gross Domestic Product (GDP) will close the year down by 2.6%, driven especially by the 4.5% fall in industrial output. Unemployment will reach 11%, household consumption will fall by 3.3% and investment will fall by 12.3%. However , even faced by this bleak situation, the good news is that the president of the CNI does is not a defeatist. On the contrary, interpreting his analysis shows that there are conditions to turn this crisis around. Of course it is not as easy as pushing a button and getting results the next day. Change begins with courage - or self-interest - by governments, at all levels and positions, both in the executive and the legislative. Moreover, these first initiatives would be enough to change the market’s expectations, creating the conditions for a return of investment and, consequently, accompanying benefits. The CNI believes the economy will resume growth if Brazil adopts an agenda based on three pillars: macroeconomic stability, long-term fiscal adjustment, and improvement in the business environment and legal certainty. “Only in this environment will the economy return to sustainable growth,” says Robson Braga de Andrade. Taking into account current difficulties, the representative body of Brazilian industry has outlined two medium-term scenarios for Brazil. It stresses that both depend on the choices that the country will make to tackle the crisis. They are: 1. Path correction - Brazil will continue the changes underway, deepening the ongoing cuts in public spending and moving forward with structural reforms. “In this case, after a period of significant adjustment, the economy will claw back confidence and increase competitiveness, with a new growth cycle starting in 2017. 2. Specific cuts - Brazil still has problems in defining and changing the current fiscal and tax system, and improving competitiveness. Uncertainty and a lack of confidence remain and the economy faces a long period of stagnation. Simefre: difficulties Simefre says the outlook, in the segments that make up the automotive sector, is not at all good. The situation could even worsen in the medium term if there is no investment in technology. “Technology does not stand still. If there is no investment of course Brazil will suffer. It is an impact that we feel very soon. Other countries invest while we get left behind and it will not be easy to recover,” says José Antonio Fernandes Martins, president of Simefre. His explanation for the weak demand at the beginning of the year is in step with industry analysts, for whom, he says, the predominant factor for the market’s decline is the lack of credit. To reinforce his thesis he talks of extending PSI4, under different conditions. “While in 2014 businesses paid 6% interest on 10-year loans, with 100% financing and a year of grace, the current PSI4 is divided into two segments. For small and medium enterprises, financing is 70% with interest of 9.5% a year and the other 20% at a 17% market interest rate. The payback term fell to 6 years with 6 months grace, financing only 90%. For large companies, financing is 50% with 10% interest a year and 40% finance at 17.5% a year over six years and a grace period of 6 months. Result: both programs have an average interest rate of 17% a year, considering the 4% increase in the spread charged by financial agents,” he says. Martins also links economic performance to the political situation. For him, without adequate fiscal adjustment there is no way to balance the economy. “Because there has been no fiscal adjustment, the country is grinding Institucional Institutional
27 2016 to a halt. The only answer is for the federal government to enter into an agreement with the legislature. 90% of spending is mandatory and only 10% discretionary, meaning that the government is empowered to reduce them. The rest it needs permission from the lower house. As there is no peace between the two, the measures are not getting approved and spending exceeds revenue. Industry will produce less, the government will collect less tax, spending continues and the crisis remains,” he explains. Despite the difficult situation forcing companies to reduce production, the president of Simefre sees no risk of shortages in the country, just a lack of demand. “Imagine how much copper, lead, plastic, steel, glass, rubber is no longer needed,” he says. He believes a solution to the fall in demand on the domestic market by way of exports could be an interesting alternative, but he warns: “It depends on the export policy that each company had before the crisis. If it was a privileged strategy, with the high dollar it quickly resumes exports. “Martins stresses that exports depend on continuity, technology, product quality and the exchange rate. However, amid this morass Martins also sees opportunities. He bases his reasoning on the recent downturn which resulted in a sharp drop in consumption. By this logic he concludes that as in the last two years the market has ceased to buy new equipment and trucks, the fleet is aging, with an average age of between 15 and 20 years old. So, they must be replaced with new ones. And he adds that soon the problem will cease to be one of low demand and will be just about finance. Asked to give an opinion on what he considers necessary for the companies he represents to resume growth, the experienced business leader expresses his optimism. But he again insists on the need for fiscal adjustment. He adds, “We need the press to help appease Brazil so it can resume growth. Brazil is a country of great natural resources and if the political crisis ends, recovery will come about in a year because we are a country of great mineral resources, water resources, and a high-technology automobile industry. In 2015 we produced 208 million s tons of grain. We are tied up because there is no peace between the powers of government,” he concludes. Anfir: recovery in 2017 In line with the market, especially industry, as he is also a businessman in the sector, Alcides Braga, president of the National Association of Highway Implement Manufacturers (Anfir) saw things similar to the other leaders interviewed. From the outset, he was adamant about this year’s performance, making it clear that it will not be possible to make up what was lost in 2015. His forecasts, however, are far from catastrophic. In fact, in a sense they can be expressed as ‘the lesser of evils,’- Alcides Braga sees no recovery on last year, but no further loss, either. The president of Anfir said: “We believe that the results this year will be the same as reported in the previous year, because there is no sign of recovery in the productive sectors.” Alcides Braga lists the reasons for his deductions. “The main thing was the general decline in economic activity in 2015, as the highway implement sector suffers directly with any oscillation of this nature. The segment depends essentially on the performance of other sectors of the economy, which last year did not do well. Highway implements are responsible for transporting more than 60% of all the goods that move through the country. From inputs to imported products, everything that is moved by road is moved in a highway implement. So, any reduction or interruption in a business segment directly affects the sector and, as we know, recovery takes longer than decline, which means that the negative effects will continue this year,” he says. Another factor that will contribute to this forecast is finance. “The rule for this year is: the fundable portion of goods with public money is 80% for small and medium enterprises and 70% for large companies. The annual interest rate used in financing is TJLP plus the BNDES spread of 1.5% and that of the commercial banks, which varies accord-
28 2016 ing to the borrower’s risk. With a weak economy it is expected that businesspeople and the self-employed will have difficulty in raising the part that is not financed for goods within the BNDES program. “ In the scenario indicated by the business leader, no extraordinary factors that are taking over the market for Brazilian products, such as a Chinese invasion. “In the highway implement market there is no foreign competition. Almost all the products are manufactured in Brazil. The few imports are products for specific and one-off applications whose volume does not threaten Brazilian industry. We have suffered a period of very low sales due much to the economic and political situation the country is facing, and partly because in recent years there has been a clear anticipation of purchases because of exceptional financing conditions prevailing at the time,” he says. Low demand indiscriminately hurts highway implements, regardless of the size and the type of product. “All the segments are affected because they are all linked to a sector of the economy. Of course, some highly specific application might fall outside of the curve, but often these products are a small part of a company’s portfolio, so are not enough to turn the situation around.” Exports could be a good alternative. After all, with the dollar hovering near R$ 4.00, Brazilian products are cheaper for those who pay for them in the US currency. However, to bear fruit in the current economic crisis the relationship between Brazilian companies and international markets should have started long ago. “Exporting takes time to bear fruit. Some companies understand the international market, but most do not yet. Having seen this alternative, Anfir contacted the Brazilian Export Promotion Agency (APEX) and as a result Brazilian businesspeople have been included in APEX business trips whenever there has been an opportunity. Also, this includes trade shows and events of interest abroad, where the structural part, such as stand assembly, is funded by APEX, encouraging the participation of smaller companies.” With his experience facing crises in Brazil before in his company, Alcides Braga sees an answer for the sector in which it operates, but links recovery to other activities. “The highway implement industry depends on other segments. So only the recovery of the economy can help the highway implement industry to recover,” he says. Based on the economic and political environment Brazil was in at the time of the interview, he predicts recovery only in 2017.The president of Anfir says the economy takes a long time to get out of a slump. “We also hope that this is a time for the measures decided on by the government’s economic team to be effectively implemented.” Institucional Institutional © Anatolymas | Dreamstime.com
29 2016 Industry proposals The CNI document “Regulation and Cutting Red Tape: proposals to improve the business environment” contains 94 low fiscal impact proposals to boost competitiveness and help Brazil out of the crisis. The main proposals are: 1. Long-term macroeconomic adjustment and fiscal balance • Reduce public spending • Review the rules governing automatic spending increases • Pursue long-term fiscal balance, preventing measures that increase public spending • Reform social security 2. Taxation • Avoid the creation of taxes or the raising of existing tax rates • Simplify the tax collection system • Harmonize ICMS rules • Review PIS-Cofins contributions • Extend IPI and PIS-Cofins tax payment deadlines 3. Labor relations • Modernizing labor law • Respect and encourage collective bargaining • Regulate outsourcing • Review Regulatory Standard 12, which deals with the safety of machinery and equipment 4. Foreign trade • Pursue trade facilitation agreements with other countries and economic blocs • Make a priority of trade agreements with Mexico and the European Union • Do not recognize China as a market economy 5. Infrastructure • Create the conditions to ensure profitability and security for private investors in infrastructure projects • Step up the leasing out of public ports • Stimulate on-shore natural gas production • Review Petrobras’s role in pre-salt bids • Simplify environmental licensing processes • Establish new rules for regulators 6. Productivity and innovation • Preserve R&D support • Encourage the development of startups and small technology-based companies • Encourage training in innovation • Promote partnerships among universities, knowledge centers, and businesses
32 2016 Em parceria com a Apex-Brasil, a Anfir já desenvolve ações que promovem os implementos rodoviários nacionais em países potencialmente compradores. O objetivo é aumentar as exportações Exportações Exports Passos rumo ao © Sjholden7 | Dreamstime.com
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34 2016 N o final de novembro do ano passado a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir) firmou convênio com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Inicialmente com validade de um ano, a parceria tem o “objetivo de promover as exportações do setor de implementos rodoviários e incentivar a competitividade e a inovação tecnológica”, define Igor Brandão, coordenador de Projetos Setoriais da Apex-Brasil. Para Alcides Braga, presidente da Anfir, a situação do mercado interno somado ao câmbio favorável criou a equação motivadora do convênio. “As vendas de implementos rodoviários ao exterior representam ainda uma parcela pequena no faturamento do setor. No ano passado foram exportados 3.436 Reboques e Semirreboques e os cinco principais mercados são Paraguai, Chile, Angola, Uruguai e Bolívia. Trata-se de um caminho já trilhado por algumas empresas pioneiras que prova a boa receptividade do produto brasileiro no mercado internacional”, salienta. Como resultado dessa parceria, a Anfir e a Apex-Brasil instalaram o Comitê Gestor do Projeto Setorial Anfir/ Apex-Brasil. O objetivo é incrementar as exportações da indústria de implementos rodoviários por intermédio de ações estratégicas realizadas com a orientação da agência. O foco inicial são os mercados latino-americanos e serão adotadas duas linhas de atuação, projeto Vendedor e projeto Comprador (rodadas de negócios no Brasil e países alvo). “No Projeto Vendedor, o comitê gestor vai desenvolver uma rodada de negócios na Colômbia, a ser realizada ainda no primeiro semestre do ano. Já no projeto Comprador a Apex-Brasil e a ANFIR vão realizar um encontro em São Paulo com empresários latino-americanos para conhecerem a indústria brasileira”, explica Mário Rinaldi, diretor executivo da Anfir. “Além disso, o projeto vai coordenar a participação brasileira na Expo Mina, que acontece no Peru entre 14 e 16 de setembro, com a instalação de um pavilhão próprio”, complementa. Igor Brandão, coordenador de Projetos Setoriais da Apex-Brasil Project Coordinator at Apex-Brasil Exportações Exports
35 2016 Com a experiência de ter realizado diversas parcerias comentidades setoriais, a Apex está otimista com o acordo. Segundo Igor Brandão, por estar num país que movimenta suas riquezas basicamente por estradas, a indústria brasileira de implementos rodoviários desenvolveu grande expertise e capacidade produtiva. “A expectativa da agência é elevar as exportações do setor até o fim de 2016, trabalhando com Chile, Bolívia, Peru, Colômbia e Angola como mercados prioritários e tendo México, Emirados Árabes, Argentina e Argélia como secundários”, revela. As perspectivas da Anfir também são boas. Dentre os benefícios para os associados o executivo cita a internacionalização das operações de mais empresas do setor, o que contribuirá de maneira positiva para a balança comercial brasileira e a imagem do produto no exterior. “Estar presente no mercado internacional é ampliar o leque de negócios, o desejo de todo empresário ainda mais agora com a crise que estamos vivendo no mercado doméstico”, informa. Detalhes do acordo Duração do contrato, investimentos e atividades realizadas por meio dos convênios da Apex-Brasil As parcerias estabelecidas pela Apex-Brasil com entidades empresariais representativas de diferentes setores da economia brasileira buscam promover a imagem dos produtos e serviços brasileiros no exterior, fortalecer as exportações destes setores e ampliar a pauta exportadora do país. Os convênios funcionam basicamente da mesma forma em termos de recursos financeiros: 70% do financiamento vêm da agência enquanto os 30% restantes das entidades setoriais. Além do aporte financeiro, ambas as partes também atuam com expertise técnica para identificar potenciais mercados e compradores, encontrar oportunidades, organizar rodadas de negócio, missões a mercados estrangeiros, entre outras ações. O período de duração do convênio, em geral, é de dois anos. “A Apex-Brasil também trabalha com parcerias de um ano quando novos setores começam a trabalhar com a agência, como é o caso da Anfir”, esclarece o coordenador. Inicialmente, a parceria busca estruturar o setor para a promoção comercial de exportações e o planejamento estratégico setorial para internacionalização. “A proposta é executar as seguintes ações de promoção comercial: participação de empresas brasileiras em feiras internacionais, envolvê-las no projeto comprador (quando clientes internacionais visitam o Brasil para conhecer os produtos, visitar fábricas e negociar contratos) e em projetos vendedores (quando os produtores brasileiros viajam ao exterior para promover seus produtos/serviços junto ao mercado alvo), com o acompanhamento dos resultados ao final de cada ação e ao final do projeto”, finaliza Igor Brandão. © Oneo2 | Dreamstime.com
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