Implementos Rodoviários | 2015

99 2015 seu PIB em infraestrutura e depois deste período, (1980 a 2010) reduziu para 2,3% do PIB, e que devido à crise, aumentou este investimento para 2,9% do PIB, com vistas ao incremento do mercado de trabalho e dar maior competitividade a seus produtos. Veja só o detalhe da estratégia: se o governo precisa gastar para movimentar a economia, gasta em alternativas de suporte ao desenvolvimento e competitividade. Se considerarmos que o PIB dos EUA é quase 8 vezes maior do que o brasileiro e que no Brasil investimos cerca de 1% do PIB em infraestrutura, é fácil deduzir porque a logística no Brasil custa 35% mais do que a dos EUA. Nas commodities agrícolas, onde supostamente deveríamos ser muito competitivos devido ao clima, perdemos nossa vantagem comparativa se considerarmos que nosso produto tem um tal de Custo Brasil a ser agregado. O detalhe é que commodity por definição não tem diferença comparativa em termos de qualidade, isto é, é comprada por um preço menor, e quando somamos todos os gastos, custos e despesas, nossos produtos não são competitivos nos mercados que atendemos. Ao lado das questões de infraestrutura, temos ainda o aspecto burocrático, ou burrocrático como alguns gostam de apontar. A complexidade e falta de padronização do processos torna ainda mais intenso o uso dos recursos. Some-se a isso os malfeitos e a profunda crise em que estamos mergulhados. Com a redução do nível de atividade, cai também o estrago feita pela infraestrutura mambembe, pois os gargalos serão menos intensos, frequentes e também menos visíveis. Não estou pregando o caos, pois este já é um fato, mas se o governo pensa que temos capacidade de crescer ao ritmo de 5% a.a. está enganado, principalmente porque investimentos em infraestrutura não acontecem do dia para noite, ou vice- -versa. Dependem de vários fatores, como licenças, desapropriações, e inclusive do tempo de execução propriamente dito. Do lado do cidadão, falta envolvimento para levarmos a sério uma pauta com * Edson Carillo, vice-presidente de Marketing da Abralog, professor da FGV e consultor especializado em logística.

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