80 2015 autorizou reajuste de até 13,87% na tarifa, e com isso pressionou ainda mais o custo de produção das indústrias. Simultaneamente, os empresários, principalmente de pequenas e médias fábricas viram “chover” propostas de solução para seus problemas. As mais pragmáticas sugeriam a furação de poço artesiano ou o reuso da água. Para Percy Soares Neto, coordenador de Recursos Hídricos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) o poço pode ser uma boa alternativa, desde que haja água subterrânea em abundância e que o sistema de monitoramento seja confiável: que a empresa responsável pela outorga conheça os limites e não faça a concessões acima da capacidade do lençol freático daquela área, para evitar prejuízo a todos. Quanto ao reuso, Percy é mais cauteloso e alerta que essa saída é cara, e deve ser realizada apenas como o terceiro passo de um processo de boa gestão da água. “Antes, o empresário terá de fazer a lição de casa”, recomenda. Em primeiro lugar ele indica setorizar o consumo: instalar hidrômetro para medir a quantidade utilizada em cada departamento. “Empresários que nunca se preocuparam com a gestão da água poderão se surpreender ao descobrir desperdícios em setores que nem imaginavam que o consumo fosse tão elevado”, diz o coordenador da CNI. “Nesses casos, depois de conhecer os excessos, a empresa poderá reduzir o consumo em até 30%”, enfatiza. O segundo passo é fazer o reaproveitamento. A água utilizada no processo industrial, por exemplo, e que tenha pouco resíduo, é adequada para lavagem de pátio. Outra dica comum é a construção de reservatório para captação de água da chuva para lavagem de áreas, para regar os jardins e na utilização em sistemas de descarga dos sanitários. Pode parecer óbvio, mas, antes da crise muitas empresas utilizavam somente água da companhia de abastecimento para essas tarefas. Se essas medidas ainda não forem suficientes, o industrial poderá pensar em reuso, “afinal, não pode ficar sem água”, diz Percy Neto. Ele lembra, contudo, que a decisão não deve ser tomada de forma “assoberbada”, pois o processo de tratamento de efluentes exige alto investimento estrutural, além de ter custos de operação e de manutenção. Aumenta, inclusive, o consumo de energia. Possíveis soluções e atitudes Economia e consumo racional são os procedimentos mais recomendados. Segundo o coordenador da CNI, o problema enfrentado no sudeste poderá ser amenizado a partir de 2016, “se o cronograma de obras para novos aportes de água na região se mantiver conforme o planejado”. Independentemente da redução da crise de abastecimento no curto ou médio prazo, as empresas têm de se precaver pois as tarifas devem permanecer elevadas. Se a crise trouxe algum benefício foi o fato de servir de alerta para todos saberem que a água é um recurso finito e precisa ser cuidado. Todos os estados brasileiros e a própria União já contam Recursos hídricos Water resources Se a crise trouxe algum benefício foi o fato de servir de alerta para todos saberemque a água é um recurso finito e precisa ser cuidado
RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=