46 2015 Artigo Article fundamentalmente os investimentos – índice de confiança dos empresários, conforme CNI e FGV nunca foram tão baixos. • Câmbio. Governo usa taxa do dólar para controlar inflação e dólar desvalorizado detonou com a balança comercial. • Taxa de juros muito alta. Governo também usa Selic para combater inflação. • Preços administrados represados. Combustíveis, energia elétrica, tarifas de transportes públicos. • Legislação trabalhista que engessa as relações entre empregado e empregador. • Carga tributária absurda e complexo sistema de arrecadação, implicando em manutenção de altos custos com pessoal para o cumprimento das obrigações. • Queda enorme nos preços das commodities minerais, agrícolas e petróleo. Não foi culpa do governo – são reflexos da conjuntura internacional. • Escândalos com Petrobras – paralisação das empreiteiras. • Impactos da seca na região Sudeste – infraestrutura não planejada com antecedência. • Incapacidade do governo federal em reduzir suas despesas. • Grande queda na arrecadação do governo. Os impactos negativos são muitos e volumosos. Medidas duríssimas de ajustes estão sendo tomadas para alcançar superávit primário de 1,2% do PIB para 2015, que é a meta do ministro Joaquim Levy, a fim de eliminar o déficit fiscal gigantesco de US$ 91,3 bi. (Para 2016, projeta-se um superávit primário em 2% do PIB). A primeira rodada de cortes de gastos, redução de subsídios e elevação de receitas, concluída em fevereiro deste ano, pelo ministro Levy, já configura um pacote de ajuste fiscal de R$ 111 bilhões. Essas medidas serão suficientes para atingir o superávit primário de 1,2% do PIB, em 2015, conforme acredita oministro. Somente o corte potencial nosministérios chega a R$ 57,544 bilhões. Nós, industriais, através da CNI e das nossas Federações de Indústria, precisamos estar cada vez mais unidos do que nunca, e lutar desesperadamente para que a economia possa se estabilizar, sem que a nós sejam impostas medidas que possam nos destruir. E o futuro?Numa economia com tantas incertezas e ainda agravada por problemas de corrupção e do desentendimento entre poder legislativo e poder executivo, é muito difícil ou até mesmo impossível, fazer previsões. Entretanto, apesar de tudo o país não vai quebrar. Hoje, o Brasil é um dos países mais ricos em reservas naturais, minerais e agrícolas (safra de 200 milhões de toneladas de grãos), rede hídrica – a maior do mundo, indústria com boa tecnologia, capacidade de produção e um mercado interno com 200 milhões de consumidores. O país já saiu, no passado, de muitas outras crises e temos esperança e, mesmo certeza, que devemos superar mais esta e que, em 2016, a economia já comece a dar passos de crescimento. Na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em reunião com ministro e presidente da Câmara dos Deputados, deixamos claro que estamos dispostos a colaborar com o governo na composição do ajuste fiscal, mas o governo tem que fazer a sua parte, cortando também gastos, como redução do número de Ministérios, redução pessoal, investimentos não produtivos e outros. Costumamos dizer que Deus é Brasileiro, então, esperamos que desta vez Ele mostre isso para todos nós.
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