42 2015 Artigo Article Em função das grandes incertezas que envolvem a economia e que afetam também a performance da indústria, embora previsões quantitativas sejam quase inviáveis de se fazer, pode-se dizer com certeza que se a indústria vai mal. A economia do país também vai mal, pois mostrou dados extremamente preocupantes em 2014, apontando um déficit fiscal nunca visto. A balança comercial, que era tradicionalmente positiva, vem se deteriorando a olhos vistos: 2011, US$ 29,8 bi; 2012, US$ 19,4 bi; 2013, US$ 2,4 bi; 2014, US$ -4,0 bi (levando em conta que o dólar já está R$ 3,25). Em 2014, somente o déficit na indústria de transformação, entre exportação/emportação, atingiu a cifra de US$ 111 bi. O saldo em conta corrente, que era em média US$ 55 bi negativo, subiu para US$ 90,9 bi, representando 4,12% do PIB, quando o limite máximo, de acordo com o Tratado de Mastrich, da União Europeia, é não mais do que 3%. A taxa de juros Selic fechou o ano em 11,75% e deverá atingir 13%, com tendência ainda de alta. O câmbio, embora tenha se recuperado em parte ainda está longe do patamar necessário (R$ 3,50) para recuperarmos a balança comercial com as exportações. O PIB fechou o ano em 0,1%. Apenas os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) vêm mantendo no nível de US$ 62,5 bi, ajudando a cobrir o enorme déficit em contas correntes, mas a previsão dos bancos para 2015 é cair para US$ 55 bi. Felizmente, o país ainda mantém reservas líquidas cambiais de US$ 375 bi que cobrem a dívida externa. Esses péssimos resultados liquidaram com o PIB. E um PIB baixo reflete a situação desesperadora da indústria do país. O quadro a seguir mostra a queda na indústria geral e por segmentos. Tendências da indústria José Antonio Fernandes Martins*
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