132 2015 Artigo Article ca econômica adotada pelo governo faz com que qualquer alteração na sua estrutura traga riscos eminentes e expectativas negativas para a cadeia produtiva do setor. Significa dizer que até mesmo o prazo de divulgação dessas condições afeta a decisão de escolha dos empresários, dado que quanto mais tarde, menos tempo de reação o mercado tem para se organizar e, caso necessário, buscar novas alternativas. No caso recente, a publicação das condições do financiamento (PSI/FINAME) foi realizada na última quinzena de dezembro de 2014, e com conteúdo nada otimista, dado que o governo foi destemido e através desta nova composição, colocaram em cheque as expectativas de crescimento do setor de implementos rodoviários para 2015. As principais alterações consistem em: i) aumento dos juros de 6% para 10%; ii) redução da parte financiável de 90% para 50% (grandes empresas) e de 100% para 70% (pequenas e médias empresas); e iii) retração no prazo de financiamento de 120 meses para 72 meses. Essas alterações causaram turbulência e inquietação para a indústria e para os empresários que pensavam na hipótese de utilizar o PSI/FINAME para renovar ou ampliar sua frota. Dessa forma a perspectiva para o setor, em 2015, aponta com grande força para a retração, mesmo 2014 sendo um ano de “base fraca”, visto as vendas terem caído 10,22% em relação a 2013. Os resultados na dinâmica do setor já podem ser sentidos. Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-BGE), a indústria geral e de transformação apresentaram retração de, respectivamente, 7,1% e 9,3% no acumulado no ano até fevereiro de 2015 contra o mesmo período de 2014. O resultado do grupo “Fabricação de Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias” está ainda pior, com retração de 24,8% no mesmo período (o grupo citado foi utilizado como aproximação da atividade industrial do setor de implementos rodoviários por contemplar as categorias pertencentes ao CNAE 2.0), impactando no aumento da ociosidade do parque produtivo do setor. Quando se analisa os dados de Emprego (CAGED-MTE), também se percebe retração no número de empregados. A indústria geral anotou queda de 2,8%, representando o fechamento de 253.057 postos de trabalho, tendo como base o estoque de empregados em fevereiro de 2015 contra o mesmo período do ano imediatamente anterior. Se avaliarmos o segmento de Cabines, Carrocerias e Reboques (utilizando-o como aproximação do setor de implementos rodoviários) a retração foi de 6.393, queda de 9,6% na mesma base de comparação. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (ANFIR) o número de emplacamentos de implementos rodoviários, do segmento pesado (reboques e semirreboques), apresentou retração de 50,18% no primeiro trimestre de 2015 quando comparado com o mesmo trimestre do ano anterior, totalizando apenas 6.950 unidades emplacadas. No mesmo período, o segmento leve (carroceria sobre chassi) apresentou queda de 28,87%, totalizando 16.068 emplacamentos. No total geral, contemplando as duas categorias citadas anteriormente, o número de emplacamentos baixou 37,0%, com o total de 23.018 unidades. É nítida a resposta negativa do setor de implementos rodoviários à conjuntura econômica em desaceleração e às medidas adotadas pelo governo como forma de “arrumar as contas do governo”. Podemos fazer uma relação entre as variáveis de referência e cada impacto na dinâmica do setor de implementos rodoviários: 1. Preços Administrados 1.1 Alta do Combustível: Empresário busca por maior produtividade e eficiência dos veículos de carga ao invés de adquirir uma nova unidade, impactando na retração das encomendas; 1.2 Alta da Energia Elétrica: Au-
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