Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2022

43 © AlfRibeiro | Adobe Stock® Apesar de eventos climáticos adversos que reduziram significativamente o volume de colheitas em algumas regiões, o agronegócio segue sendo o principal motor do transporte de cargas no Brasil, com nova safra recorde de grãos que deve garantir boa parte do esperado crescimento das vendas de caminhões e implementos em 2022, estimado entre 5% e 10% sobre 2021. O Itaú BBA projeta avanço de 1,3% no PIB da agropecuária este ano, compensando parte da queda de todos os outros setores econômicos, como indústria e serviços. Mas o avanço poderia ser maior, em torno de 5%, sem o problema da seca que atingiu a região Sul e partes do Sudeste e Centro-Oeste, gerando perdas importantes na safra de grãos e outros produtos agrícolas. Ainda assim, o Brasil segue sendo um dos maiores produtores agropecuários do mundo. A safra de grãos – principalmente milho e soja que juntos representam 88% da colheita – alcançou o recorde de 268 milhões de toneladas em 2021, segundo acompanhamento da Datagro. Esperavam-se números ainda maiores da colheita de 2022, algo próximo de 290 milhões de toneladas de grãos, projeção da Datagro que após persistentes secas em algumas regiões foi cortada em fevereiro para 284 milhões. Ainda assim, será um novo recorde se for confirmado após o fim das colheitas em setembro. “As secas prolongadas no Sul, partes do Sudeste e sul do Centro- -Oeste já causaram perdas irrecuperáveis de 14 milhões de toneladas na safra de soja e na colheita de verão do milho houve queda de 5 milhões, que pode ainda ser recuperada no inverno”, explica Flávio França Jr., consultor de grãos da Datagro. “Na média, o ano ainda será de crescimento, mas com grandes variações entre as regiões. Nas áreas do Sul, mais afetadas pelo clima desfavorável, haverá queda na demanda por transporte, que pode ser compensada pela maior produtividade no Centro-Oeste”, pondera. O consultor lembra ainda que a área plantada de grãos no Brasil está crescendo há dez anos sem parar, combinado com aumento constante de produtividade por hectare plantado, que avança ainda mais rápido que o tamanho das plantações. Esse movimento garante safras recordes seguidas e eleva o número de lugares que precisam ser atendidos por caminhões e seus implementos para escoar a produção.

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