Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2020

90 Outra conclusão é que empresas que apos- tam na igualdade de gênero e têm mulheres em cargos de liderança atraem e retêm talentos com mais facilidade. Em relação à rentabilida- de, a maioria que adota a diversidade relatou crescimento de 10% a 15% em sua receita. Não é novidade que o mercado de trabalho vem se adaptando aos novos tempos e situações que eram menos comuns em um passado mais distante, como a liderança feminina, passam a ser corriqueiras nos mais diversos segmentos. Diante dessa realidade, entender a importância de mulheres como líderes na empresa é funda- mental. Não por outro motivo, tem aumentado substancialmente as pesquisas, estudos e rela- tórios para embasar o tema. Realidade segmentada Mesmo que as mulheres estejam ganhan- do cada vez mais espaço não apenas na área profissional, mas também nos campos acadêmi - cos e científicos, não se pode ignorar que alguns setores ainda estejam impregnados por dogmas potencialmente machistas. Fazendo um corte para a realidade da in- dústria automotiva, na qual está inserido o seg- mento de implementos rodoviários, é possível constatar números ainda díspares. De acordo com o estudo Diversidade no Setor Automoti- vo, realizado com 89 empresas do setor, entre agosto e setembro de 2019, por Automotive Business em parceria com MHD Consultoria, atualmente as mulheres representam 19,7% do quadro de colaboradores dessa indústria. Outros dados relevantes da pesquisa dão conta da participação de mulheres nas empre- sas automotivas em cargos de liderança: repre- sentam 21% das posições de gerência, diretoria, vice-presidência e presidência. Amaior parte da força de trabalho feminina está concentrada nas áreas de produção e manu- fatura (47%), seguida por marketing e vendas (11%) e compras, supply chain e logística (7%), fotografia que mostra baixa participação da mu - lher nas posições mais estratégicas, responsáveis por, de fato, desenhar o setor automotivo. A dificuldade para ascender profissional - mente passa longe de ser falta de competência ou preparo das mulheres, já que 41% possuem nível superior e/ou pós-graduação completos contra 27% dos talentos masculinos emprega- dos no setor. Mas a desigualdade bate forte quando es- barra em um aspecto de alta relevância: a re- muneração. Ainda que as mulheres sejam mais escolarizadas que os homens, aponta o estudo, o salário médio delas é 23% inferior nas em- presas automotivas, desequilíbrio que se apro- funda em cargos de liderança, com ganhos 34% inferiores. De pouco em pouco De qualquer forma, numa visão de médio e longo prazos, a tendência tem sido de evolu- ção da participação das mulheres e de seu papel decisório no setor automotivo. Especificamente no segmento de implementos rodoviários, para o qual ainda não há uma pesquisa exclusiva, o retrato, ainda que de forma discreta, tem mu- dado gradualmente. Já não é tão difícil, como no passado nem tão distante, encontrar profissionais mulhe - res em várias empresas, mesmo em cargos de comando. Ainda assim, algumas delas, como Betina Borchardt, diretora da HC Hornburg, Rosmari Ghellery, diretora presidente da Fibra- sil, Silvia Regina Paniz, diretora administrativa da Silpa, Thayni da Silva Librelato, membro do conselho de administração da Librelato, e Wally Borchardt Hornburg, presidente da HC Hor- nburg, entendem que há muito o que avançar. Mais ainda: cada qual com sua história, todas convergem para o fato de que a mulher precisa provar diuturnamente sua competência ao mesmo tempo que também acreditam que a união de homens e mulheres é que realmente faz a força. Muito já foi conquistado – e elas são prova disso –, mas muito provavelmente ainda levará um tempo para que as diferenças sejam venci- das. É possível, porém, mudar e todas elas bata- lharam e seguem lutando por isso. MULHERES | WOMEN | MUJERES

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