Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2020

22 40 ANOS | 40 YEARS | 40 AÑOS Não por outro motivo, ao longo de 40 anos, ela ganhou notoriedade a ponto de ser in- tegrada em discussões com outras sociedades e autoridades públicas sobre projetos, elaboração de normas técnicas e leis, além de quaisquer outros aspectos relevantes sobre trânsito e se- gurança dos implementos rodoviários. Essa diretriz já constava da reunião de fundação da entidade, da qual participaram representantes da Biselli, Cabrini, Cargo-Van, Dambroz, FNV-Fruehauf, Furglas, Guerra, Iderol, Krone, Randon, Recrusul, Rodoviária e Trivelatto. O mesmo objetivo de participar de deci- sões importantes para o segmento e todo o setor de transportes norteou a mudança da sede da ANFIR para São Paulo, apenas um ano depois de sua fundação. Afinal, a Grande São Paulo não só concen - trava outras entidades correlatas como, uma vez o maior polo econômico do País, também era o epicentro do transporte rodoviário. Essa maior proximidade com o mercado consumidor, entidades e governo foi fundamen- tal para que a indústria de implementos passas- se, finalmente, a ser reconhecida como impor - tante elo do transporte rodoviário de carga. Mário Rinaldi, diretor executivo da AN- FIR, recorda que, até então, apesar de todo o empenho, o setor era pouco conhecido para além das empresas componentes da indústria automotiva. “A percepção, mesmo em algumas áreas do poder público, era de que as montadoras de caminhão também faziam as carrocerias. O veí­ culo era visto como um todo”, lembra Rinaldi, que via nessa distorção um empecilho para o segmento, como dificuldades maiores até para a obtenção de financiamento ou incentivos gover - namentais, comuns a outros setores. A maior representatividade implicou tam- bém na diversidade de propósitos e atribuições com o transcorrer dos anos. Constou, e ainda consta, dos primeiros itens da pauta de atuação da ANFIR, por exemplo, a melhoria contínua da segurança dos implementos, seja para os con- dutores e ocupantes dos caminhões, seja para outros motoristas e pedestres. Essa determinação colocou a entidade diante de mais e maiores holofotes. Tanto que a ANFIR passou a interagir, assessorar, com- por ou ter assento em organismos que outrora eram referências distantes, como a ABNT, a Associação Brasileira de Normas Técnicas, com o CB-39 – Comitê Brasileiro de Implementos Rodoviários, que estuda as normas, a Câmara Temática de Assuntos Veiculares do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Chama a atenção que essa atuação em de- fesa da segurança, por vezes, poderia implicar até mesmo, lá na frente, em custos maiores para suas próprias associadas. Por força de normas, algumas sugeridas pela entidade, os implementos passaram a dis- por, por exemplo, de sistema ABS de freios, proteções laterais e traseiras que impeçam que automóveis, motocicletas, bicicletas e pessoas sejam projetados para baixo dos veículos em caso de choque. A maior proximidade com órgãos governa- mentais passou a ser física também a partir de 2012, quando a entidade abriu as portas de es- critório emBrasília (DF). Em 2015, uma mostra do que isso quer dizer na prática: naquele ano, foi iniciada parceria com a Apex-Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações. Nascia com ela, assim, o Move-Brazil, Pro- grama de Internacionalização da Indústria de Implementos Rodoviários, para não só ampliar e diversificar o mercado externo, mas, sobre - tudo, consolidar uma cultura exportadora nos fabricantes de implementos. Desde então, dezenas deles já mantiveram negócios, conquistaram clientes ou iniciaram tratativas no exterior, o que, em alguma medi- da, representaram ou representarão importante válvula de escape para as limitações do mercado interno em determinado momento. Mas o retorno da atividade exportadora mais consistente, enfatiza Fabris, não é imedia- to. Exportações dependem de atuação perene, de longo prazo. São resultados de um processo mais fácil de ser desenvolvido e concretizado com a maturidade. Essa que acaba de chegar à indústria de implementos e sua principal repre- sentante, a quarentona ANFIR.

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