Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2019

50 “ A exportação é um caminho que as empresas do setor, principalmen- te as menores, estão começando a trilhar e já estão ganhando gosto pela coisa.” Assim Norberto Fabris, presidente da AN- FIR, define o atual momento do setor de imple- mentos, após três anos de esforços intensos junto com a Apex-Brasil para, literalmente, ampliar os horizontes dos negócios dos fabricantes nacionais. Ele reconhece que o trabalho, contudo, é longo. As exportações, historicamente, têm re- presentado, na média, algo próximo de 5% da produção. Um índice mais representativo seria importante válvula de escape para eventuais re- cuos do mercado interno, exatamente o quadro que perdurou ao longo de quatro anos antes de 2018. “Imagino que seria saudável para o setor exportar de 15% a 20% daquilo que sai das linhas de montagem”, afirma Fabris, que entende que a atual média não cumpre integralmente esse eventual papel de desafogo para o setor. A produção brasileira de implementos foi da ordem de 95 mil unidades no ano passado. Desse total, 4,1 mil produtos seguiram para ou- tros países. Ainda que a participação tenha se mantido na média histórica, o resultado repre- sentou crescimento de 20% sobre os embarques registrados em 2017. O presidente da ANFIR, no entanto, admite que triplicar ou até quadruplicar a atual participa- ção das exportações nos negócios do setor trata-se de meta bastante arrojada. Demanda não apenas alguns anos e ações, mas um trabalho perene: “Não se começa a exportar hoje e amanhã a empresa e a marca estão consolidadas naque- le mercado. Não podemos começar a vender em um país e depois não estar mais lá. Isso mata qualquer negócio”. O maior mercado potencial para os imple- mentos brasileiros, analisa Fabris, seguem sendo os países da América do Sul e, um pouco mais distante, também alguns da África. Ainda assim, ele vê maiores possibilidades de sucesso nas vendas externas, em particular para as empresas menores, com produtos mais especializados. “Um produto muito simplificado qualquer país aqui da América do Sul fabrica. Agora um mais específico requer capacitação, expertise. Não é qualquer empresa que faz”, ar- gumenta. Daí a importância de despertar o espírito exportador no maior número de empresas possí- vel, em especial naquelas que ainda não desfru- tam de experiência ou estrutura que assegurem o encaminhamento dos negócios lá fora de forma satisfatória. Um dos mecanismos para isso tem sido a participação em feiras internacionais. A presen- ça nessas mostras tem, obviamente, um impor- tante caráter institucional e também o comercial, bem mais imediato. “Temos levado um número cada vez maior de associadas para eventos lá fora. Claro que num período de crise muita gente colocou o pé no freio e priorizou segurar o caixa.” Desde que foi criado em 2015 com a Apex- -Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Ex- portações, o Programa de Internacionalização da Indústria de Implementos Rodoviários (Move- Brazil) tem crescido ano após ano. A entrada na trilha da exportação poderá render às empresas brasileiras aproximadamente US$ 73,2 milhões, calcula a entidade. Ao longo desses três anos a indústria brasi- leira já entrou em contato com compradores da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru, Re- pública Dominicana e Uruguai. A ideia desenvolvida pela agência para a promoção de exportações mescla missões co- EXPORTAÇÕES | EXPORTS | EXPORTACIONES

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