Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2019

20 O senhor assumiu a presidência em ummo- mento melhor do que o Alcides Braga, que teve seu segundo mandato em plena crise econômica. O que o senhor imagina que marcará sua gestão à frente da entidade? Digamos que a minha estrela parece estar melhor do que a do Alcides (risos). Mas, sem brincadeira, acredito que o Brasil está tomando um rumo bastante diferente e isso gera um oti- mismo no empresariado. Já não falamos mais de PIB negativo, ainda que ele esteja longe da- quilo que precisamos, bem longe, mas já é pelo menos positivo. À medida que o governo for evoluindo seu plano, acredito que teremos um crescimento maior. Acho que esse período de três anos da minha gestão será melhor do que foram os quatro anos anteriores, dominados pelo aprofundamento da crise. A indústria de implementos voltou a crescer no ano passado e iniciou 2019 com desempenho ainda melhor. Já se pode dizer que esse crescimento é sustentável? O certo, acredito, é, por enquanto, falarmos em recuperação. Afinal ainda estamos em um período cuja base de comparação são os anos de crise. O mercado brasileiro cresceu 49% em 2018 e encerrou o primeiro bimestre deste ano com novo avanço de 54% nos emplacamentos sobre igual período do ano passado. Mas preci- samos ter em mente que os primeiros meses de 2018 foram fraquíssimos, estávamos no fundo do poço. Apenas a partir de abril e maio come- çamos a recuperar. Naturalmente, esse índice mudará no segundo semestre. Mas qual a projeção de desempenho do setor para 2019? Tenho certeza que será um ano positivo, ainda que não nesses índices que citei antes. Mesmo assim, acreditamos em novo avanço dos emplacamentos da ordem de dois dígitos. Algo próximo de 10% ou até 15%. Estamos falando de 99 mil a 104 mil implementos negociados, con- tra as 90,1 mil unidades do ano passado. A produção deve acompanhar esse ritmo do mercado interno, como é histórico no setor? Sim, seguirá exatamente esse patamar de variação, mas com alguma possibilidade de cres- cer 1% ou 2% a mais. Estamos calculando a fabri- cação de 104 mil a 109 mil equipamentos, sendo perto de 76 mil deles do segmento de pesados. ENTREVISTA | INTERVIEW | ENTREVISTA E ele agora assegura: depois da crise que solapou vendas, produção e empresas entre 2014 e 2017, a indústria de implementos deve vivenciar um período sem grandes convulsões nos próximos anos, com recuperação gradual dos negócios. Fabris prefere ainda utilizar exatamente a palavra recuperação – e não crescimento – para definir suas expectativas, já que, apesar da sensível evolução dos números a partir do ano passado e também no primeiro trimestre de 2019, falta muito caminho para que o setor chegue novamente ao patamar que o executivo considera normal para as atividades de transporte e a eco- nomia do Brasil. De qualquer maneira, essa trilha, no entender do presidente da ANFIR, será bem menos pe- dregosa e, caso algum buraco surja, os fabricantes de implementos, escolados que estão agora, sa- berão contorná-lo com mais facilidade. “A disposição é, obviamente, a de crescer, mas com os pés no chão, pisar em terreno sólido, não mais na areia movediça”, ilustra.

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